quinta-feira, 30 de abril de 2009

Dor de amor (comentário do autor)

Hi for all,

Antes de lerem esse comentário vocês vão precisar ler a postagem "DOR DE AMOR".

Eu só queria esclarecer umas coisinhas. A primeira é sobre o fim da postagem sobre a dor de amor. Quando eu vi ela e toda aquela magia voltou a circular as portas do elevador acabaram fechando e tudo foi interrompido e o mundo pareceu mais silencioso e um pouco sem graça.

No fim eu queria voltar lá para baixo e ver se conseguia arrancar umas palavrinhas dela, uma conversa. Mesmo que seja rápida, pelo menos eu poderia lembrar da voz dela, já que na minha cabeça eu apenas lembro o tom do sorriso dela. Mas várias coisas me impediam disso.

-Ela estava acompanhada da família (pelo menos parecia ser a família dela, e no meio dessa família havia umas 7 pessoas incluindo uma criança de colo)

-O elevador ia subir uns três andares e somente depois iria descer. Isso seria tempo suficiente para todos entrarem no carro e irem embora do prédio.

-O meu irmão estava do lado.

-E eu realmente pareceria meio psicotico saindo do elevador enquanto as portas ainda estivessem abertas somente para dizer algo como:

"Oi, como você está?" ou algo pior:

"Oi, você se lembra de mim?!"

Por isso meus caros leitores, eu devo lhes dizer que as portas se fecharam e eu nunca mais a vi. Mas o mundo é bem pequeno. Eu acredito que eu vou encontrá-la outro dia desses.

E quanto a fofoca que rolou na escola eu optei por não dizer qual foi. Afinal de contas eu não sei todos os lados da historia e talvez ela nem seja verdade. Assim eu prefiro não comentá-la.

Espero que todos compreendam e que continuem postando aqui no Blog.

p.s.: Eu não me importo que postem como "anónimo", só pediria para que se identifiquem no fim do comentário.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Dor de amor

Olá a todos,

Como eu havia dito para a mara-momo, eu também já senti as dores que o coração proporciona. Eu acredito que já escrevi sobre vários tipos de dores. As dores físicas, as dores do constrangimento, as dores da mente, mas faltam ainda falar de outras dores que assolam a humanidade, entre elas está a dor do coração. E é para falar da mesma que eu estou abrindo uma nova postagem no tópico.

Como toda boa dor do coração, a minha começa quando eu era pequeno. Eu nasci em um município do estado do Pará. Cheguei a frequentar uma escola lá por uns tempos, na verdade eu não sei se eu cheguei a ficar um ano completo nela, porque eu tive que viajar para Macapá, um municio do estado do Amapá (além de município, Macapá é a capital do Amapá). Essa era uma terra desconhecida para um garoto de 4 anos, já que essa era a minha idade quando eu vim pra cá. Para aqueles que se perguntam se realmente é necessário eu contar esse drama todo antes de começar a falar sobre as dores que o meu coração já sentiu, eu devo lhes responder um sincero SIM, mas se você preferir, pode pular o texto e ir direto para a ação. Mas eu gostaria de lembrar que o amor é um dos sentimentos mais complicados que existe. Na verdade você pode senti-lo, mas não poderá explica-lo, isso porque o amor te ludibria e te deixa cego, surdo, mudo e burro. Não é uma critica ao amor o fato de ele te deixar burro, eu apenas estou falando aquilo que eu sinto e vejo que acontece em vários casos.

Voltando a minha história, nesse município eu vivia normalmente como uma criança feliz. Tinha amigos na minha rua e tinha amigos na minha escola, mas o estranho é que eu não lembro do rosto de nenhum deles. Mas de certa forma eu sei que eles existiam. Eu lembro um pouco da minha sala de aula e de minha professora. Lembro que eu era muito agitado e era uma peste na aula. Não tinha limites para mim. Algo mudou quando eu fui para a minha nova escola em Macapá, algo mudou e eu não lembro exatamente o que era. Lembro do meu primeiro dia de aula (ainda com 4 anos de idade), não lembro direito que série era... essa informação me foge a memoria, acredito que isso aconteça porque era irrelevante saber em que série se está quando se anota uma lembrança na mente. Eu me lembro bem era de uma coisa, eu estava nervoso. No meu primeiro dia de escola na minha escola antiga eu estava exitado, emocionado, empolgado. Eu sempre quis ir a escola para aprender coisas e tudo mais. Naquele dia ninguém se conhecia e isso era normal. Já na nova escola todos se conheciam e eu era o tal do aluno novo que veio de outro estado. Todos já sabiam de có o nome de cada um que estudava ali, tiveram um ano inteiro para aprender isso e eu tinha acabado de chegar e não sabia o nome de ninguém e ninguém sabia o meu nome. Lembro de não saber o que fazer, não sabia onde sentar, não sabia o que estavam estudando, eu não sabia quem estava ao meu redor e no fundo eu me sentia como se não soubesse de nada. Até que ela entrou na sala, ela era bonita, ah se era..., muito bonita. É normal demorar mais a atenção nas pessoas mais bonitas, para os garotos da minha idade não era comum se sentir atraído pelo sexo oposto, mas eu sempre fui precoce para a minha idade. Eu cheguei bem cedo no meu primeiro dia de aula, meu pai sempre acordou cedo porque tinha que trabalhar cedo (o trabalho dele começava as seis da manhã e por aqui o sol nasce as seis e dez da manhã, ou seja, ele nos deixava na escola quando ainda era noite), e para falar a verdade eu cheguei primeiro que todo mundo (inclusive a professora). Tive que esperar ela chegar para ser apresentado. E isso foi muito ruim, pois eu não conhecia ela (a menina) e ela não me conhecia, sendo assim ela me olhou com estranheza quando me viu. Eu sabia o que ela estava pensando, "e... quem é esse aí? Aluno novo?!".

Fui apresentado e ela (a professora) me disse que eu poderia sentar onde quisesse. Eu me sentei na primeira cadeira da fileira do meio. Eu não sabia exatamente onde sentar, na minha escola antiga todos se sentavam em mesinhas com cadeiras ao redor. Você só tinha que escolher qual mesa queria sentar e nela você seria apresentados a todos ao seu redor. É interessante, porque desse modo você sempre terá com quem conversar já que em uma mesa redonda alguém sempre estará te vendo, e com a convivência é meio difícil não fazer pelo menos quatro amigos (esse é o número de pessoas que cabia na mesa tirando você). Eu me sentei nessa cadeira porque era obvio as vantagens que ela oferecia. Eu uso óculos e por isso essa cadeira me oferecia a melhor visão do quadro negro, também iria ficar mais perto do professor e não teria problemas em escuta-lo, como eu seria o primeiro da fila não teria problemas em ter alguém mais alto do que eu sentado na minha frente e por aí vai as vantagens. Mas depois eu fiquei sabendo que essa cadeira é tipo como uma cadeira oficial para nerds, eu sempre achei engraçado a definição de um nerd. Um nerd seria uma pessoa que só pensa em estudar, mas você não vai a escola para aprender? E para aprender não é preciso estudar? Tudo bem que o nerd leva isso um pouco a sério, mas ele será o seu amigo e conversará bastante com você (mesmo no meio da aula) se você permitir como toda pessoa dita normal. Mas depois que você é tachado de nerd, ninguém quer virar o seu amigo, exceto em época de provas e trabalhos.

E lá estava eu sentado na primeira cadeira da fileira do meio para começar os meus estudos. E esse primeiro dia foi de matar, todos que chegavam para aula (no caso todos os alunos da sala, porque eu cheguei primeiro) davam de cara comigo e me olhavam com uma expressão esquisita, um misto de espanto e dúvida. Era óbvio que eles estavam com dúvidas para saber quem eu era, embora alguns ao me verem pensavam se tinham entrado na sala errada, inclusive alguns deles tiveram que olhar para cinco pessoas diferentes para ter certeza de que estavam no lugar certo. Mas no fim aquele olhar me incomodava, eu me sentia um animal desconhecido sendo exibido no zoológico. E as criancinhas perguntavam para os pais "Papai, que bicho é esse?", "Eu não sei querida, eu nunca vi esse bicho na minha vida. Vamos sair de perto porque ele pode ser perigoso.", "Certo, vamos ver os leões". Era muito chato. Até que ela entrou (nossa, que sensação de dejavu [Ah, é mesmo. Eu já tinha escrito essa parte]), antes dela outras duas meninas, também muito bonitas, já tinham entrado na sala, essas duas também me olharam com um olhar engraçado, mas eu não senti nada de especial em relação a elas. Mas quando ela entrou o mundo parou de girar. Eu li em certo lugar que em determinados momentos o nosso corpo para de enviar sinais do corpo inteiro para o celebro para que este apenas receba os sinais dos olhos, por isso o corpo deixa de sentir várias coisas e os olhos acabam por enviar um excesso de informação para o cérebro. É como se para reproduzir uma cena de 10 segundos uma câmera (nosso olho) tirasse umas 100 fotos e as reproduzissem (nosso cérebro) em sequência para fazer um filme, porém no exemplo que eu estou falando a câmera ao invés de tirar 100 fotos ela tira 700 fotos fazendo com que determinado momento realmente pareça estar andando em câmera lenta, esse fenômeno dura segundos. Mas eu não sabia disso naquele dia, eu realmente pensei que a terra estava girando mais devagar como se a beleza dela alterasse o tempo, ou mesmo como Deus resolvesse dar uma benção aos mortais para que quando ela passasse o tempo diminuísse a sua velocidade para que os pobres humanos pudessem admirar um pouco mais aquilo que eles não poderiam tocar ou possuir.

O estranho é que quanto mais ela se aproximava, mais o tempo parecia ficar mais lento. Tive uma ponta de medo nessa hora. Eu achei que chegaria um momento em que tudo pararia e não voltaria nunca mais a ter a sua velocidade normal. Como se alguém em algum lugar achasse que tanta beleza era proibido aos olhos de gente que não merecia e por isso deveriam parar no tempo e desaparecer da face da terra. Eu realmente pensei nessa possibilidade, mas eu a descartei logo em seguida porque dizem que sua vida passa diante de seus olhos quando você está prestes a morrer (mais um exemplo do efeito de câmera lenta) e tudo o que os meus olhos viam era aquele ser vivo de expressões calmas e desinteressadas. Eu pensei comigo mesmo "Deus do céu, se foste tão habilidoso em criar tal criatura, porque não encheu a terra com mais dela? Até hoje não tinha visto nada igual. É quase como se você mandasse um aleijado com apenas três dedos na mão tremula desenhar o traço do rosto humano e que somente uma vez por século você resolvesse pessoalmente dar vida a um rosto feminino que carregasse a luz do Sol e a levasse para a mais escura da salas iluminar o mais sombrio dos corações".

Ela passou por mim e foi se sentar lá atrás. Eu não quis virar a cabeça para que ela não percebesse que eu a estava admirando. Aos poucos o tempo começou a andar como ele sempre fez, aos poucos os meus olhos se acostumaram com o quadro negro que estava na minha frente, aos poucos as conversas dos outros alunos chegavam aos meus ouvidos, aos poucos os meus dedos voltavam a sentir a madeira macia do meu lapis, que estava na minha mão, aos poucos minha língua voltou a sentir o gosto de saliva e a superfície lisa dos meus dentes, aos poucos o meu nariz voltou a cheirar o ar úmido de Macapá e sentir diversas fragrâncias de perfumes e colonias, assim como desodorantes, giz, tinta de caneta, madeira de lapis, borrachas comuns e perfumadas, além dos peculiares cheiros de comidas que vinham de diversos lugares próximos da escola e na medida que os meus sentidos iam voltando eu notei que o meu peito doía, que estava faltando alguma coisa, eu não conseguia raciocinar direito, o meu peito doía e se sentia vazio, mas eu não me importei com isso porque eu estava tentando reproduzir com os mínimos detalhes a cena daquela garota entrando na sala na minha mente. Quando finalmente achei que estava perfeita eu me concentrei para gravar essa cena na minha cabeça o melhor que pude. Somente depois de satisfeito é que eu voltei a atenção para o meu peito que doía e percebi que a coisa estava ficando preta porque eu comecei a sentir tonturas e não conseguia pensar direito, eu me sentia abafado e enclausurado no fundo do oceano e só então eu percebi que EU NÃO ESTAVA RESPIRANDO!!! Ela mexeu de tal forma comigo que eu esqueci de respirar!!! Desde aquele momento eu percebi que ela era especial. É interessante como o tempo age sobre as pessoas, eu não a vejo há muitos anos e não tenho a menor ideia de onde ela está ou o que está fazendo, normalmente nós conhecemos um amigo que era muito amigo de outro cara da escola que namorou uma pessoa na nossa sala... no fim, sempre temos uma certa ideia de para onde todos foram parar, ainda mais em uma cidade relativamente pequena. Mas eu não sei nada dela.

Eu ia fazer um comentário sobre a ação do tempo, mas acho que é melhor eu deixar essa afirmação para o fim, assim deixa esse relato mais apaixonante e sem quebras de conteúdo (no caso eu só fiz meio comentário...). Onde eu estava mesmo? Ah, sim! Quando eu esqueci de respirar. E lá estava eu na minha velha posição na sala, primeira cadeira da fila do meio, prestando a maior atenção o possível no professor. Quando não se tem amigos a coisa mais interessante a se fazer é estudar e escutar o professor. Em média naquela altura do campeonato, primeira ou segunda série (não lembro o certo), os alunos respeitavam o professor e não conversavam muito. Chega a ser estranho estudar em uma sala um tanto quanto silenciosa, mas na segunda série tudo ainda é um pouco novo e a ameça de "contar tudo o que você faz para os seus pais" feita pelos professores é bastante ameaçadora para uma criança da segunda série (eu digo segunda série porque eu realmente não me lembro se eu completei a primeira série toda no Pará). Por isso é normal que ninguém converse muito na aula, e mesmo aqueles que conversavam, não passavam de sussurros feitos o mais baixo o possível para que a professora não ouvisse. No fim a aula sempre ficava um tanto silenciosa. E como eu me sentava na primeira cadeira da fileira do meio eu praticamente não via ninguém que estivesse na minha frente, mesmo as cadeiras que estavam ao meu lado, no caso as primeiras cadeiras das outras quatro fileiras, pareciam ficar um pouco atrás da minha cadeira, como se elas se arrastassem um pouco para trás para ficar mais próximo da segunda cadeira e mais longe do professor. Sendo assim eu acabei me acostumando a não ver os outros alunos, mas devido a minha curiosidade eu fui me acostumando a ouvi-los.

Vejam bem, eu era o primeiro da turma, eu não tinha amigos e só me restava estudar, e de vez em quando a professora repetia a matéria umas dez vezes para que os outros alunos, aqueles que conversavam ou tinham problemas de atenção (entre outros motivos), que não tinham entendido a matéria. Nesses dias eu já tinha resolvido todos os exercícios que eram pertinentes a essa matéria no livro. Muitos desses exercícios a professora passaria para a casa. Eu me orgulho até hoje de nunca ter feito um dever de casa em casa. E estudar em casa era outra coisa que eu não fazia, eu preferia passar a tarde toda jogando com os meus amigos da rua. Mas, voltando para a sala de aula, ao longo dos anos eu fui desenvolvendo uma excelente capacidade auditiva, já que as conversas aumentavam em quantidade e qualidade. Na segunda série as conversas variavam sobre o lanche que a mamãe tinha feito para o recreio, os desenhos que estavam passando na TV (ou isso ou falavam de um capitulo em particular dos desenhos que passaram no dia anterior), os filmes que passaram na TV (nessa idade ninguém ia pro cinema, diferente de hoje onde as crianças da segunda série vão pro cinema vestidas para parecem mais velhas [o que somente as deixam com cara de prostitutas e arruaceiros {analisa o vestuário: bota cano longo, saia curta, blusa ou tomara-que-caia que deixa o umbigo e as costelas de fora, uma jaquetinha que é menor que a blusa, o cabelo tem que estar solto e a cara tem que ter mais maquiagem que uma gueicha japonesa e de preferência tudo preto feito de jeans e couro; já os meninos usam tênis, calça jeans rasgada nos joelhos, com partes mais coloridas do que outras, e desenho de dragões ou tigres do lado e essa calça jeans tem no mínimo 14 bolsos sendo que 8 deles ele nunca vai usar e os outros 6 ele usa para guardar a carteira, celular, chaves, doces (para emergências como chicletes, halls, menta e outros) e outras coisas que eu não quero nem adivinhar (camisinhas, facas e revolveres os quais eles levam para escola para se amostrar e acabam matando alguém ou engravidando uma menina menor que ele [o recorde da região é de uma menia de 6 anos que engravidou do NAMORADO de 10 anos...]), de camisa ele usa uma t-shirt com desenhos de dragões ou tigres, números (saldando os jogadores de futebol), estampas que falam sobre o surf, pitbulls, morte e outros (de vez em quando eles usam uma jaqueta com dragões e tigres e uma t-shirt com estampa)}]) e como passar das fases difíceis dos jogos do saudoso supernintendo.

Continuando em outro paragrafo porque o de cima está muito grande... Como eu ia dizendo, nessa época não havia muitos assuntos interessantes, mas com toda certeza era mais interessante do que ouvir a explicação da matéria pela décima vez. No início foi um tanto complicado, eu deixava de ouvir o que a professora dizia e começava a tentar ouvir o que as pessoas estavam falando, eu tinha de concentrar e por isso eu baixava levemente a cabeça e começava a ouvir. Eu não conseguia ouvir muita coisa, normalmente uma palavra dita mais alta que as outras e assim eu ia formando frases e ficava ciente do assunto geral. Mas eu só conseguia ouvir uma conversa por vez, com o tempo eu fui aperfeiçoando a técnica e já conseguia ouvir várias conversas de uma vez só, inclusive a matéria repetida pela professora. Eu já ouvia frases inteiras e já estava virando um habito ouvir tudo o que estavam falando ao meu redor (por isso não é bom contar fofoca perto de mim) e com o tempo eu descobri que me privando de algum outro sentido eu poderia aguçar a minha audição, futuramente eu descobri que normalmente o ser humano não consegue usar todos os cinco sentidos ao mesmo tempo porque o cérebro não consegue processar tanta informação ao mesmo tempo, por isso quando eu me privava da minha visão eu poderia ouvir melhor. Assim eu passava a maior parte do dia de cabeça baixa e de olhos fechados (e acabava parecendo que eu estava dormindo).

Na faculdade eu fiz o mesmo processo e todos acharam que eu era um vagabundo filhinho de papai que passava a noite toda na farra e vinha com sono para a faculdade desperdiçar o dinheiro suado que o meu pai gastava. Muitos ficaram com mais raiva ainda quando no fim do primeiro semestre eu não tirei uma média menor que oito e meio. Teve gente que foi me acusar para o professor que eu estava colando e como muitos não tiraram uma nota boa naquele tempo (o porque eu não sei porque a maior parte do que foi ensinado nada mais era que um resumo do meu primeiro, segundo e terceiro ano de escola) eles ficaram com mais raiva ainda como quem pensa “eu me mato para estudar e fico com nota vermelha e aquele filhinho de papai que vive dormindo na aula passa colando e ninguém faz nada!?”.

Quando chegou a hora de fazer os seminários (você apresenta um trabalho para a turma) todos perceberam que eu não era um burro ou um analfabeto... na verdade eu tive que ensinar muita gente sobre a matéria para que não tivessem que repetir de ano. E ainda tinha gente que se perguntava como não tinha entendido uma matéria tão fácil (mas eu sabia o porque!! Na minha turma tinha apenas quatro homens e o resto dos 40 alunos eram todas mulheres. Com isso a fofoca rolava solta e quase ninguém prestava atenção na aula. Inclusive um dos homens reclamava muito porque a conversa sempre era maior que a voz do professor). Depois uma professora minha me perguntou como era que eu sabia tanto da matéria se eu vivia dormindo na aula. Ela achava que eu estudava em casa. Eu simplesmente falei:

“Eu nunca que vou gastar meu tempo estudando em casa, neca de biritibica.... eu prefiro dormir, jogar bola, ir pro cinema e essas coisas. Acontece que eu nunca dormi em uma aula sua. O fato de eu estar com olhos fechados e a cabeça baixa não significa exatamente que eu esteja dormindo. Na verdade eu estou ouvindo atentamente o que se passa ao meu redor, inclusive a sua matéria e com isso eu consigo aprender o assunto e ainda fico atualizado sobre as fofocas que rola aqui na sala. Você sabia por exemplo que tem um cara no outro prédio que é gay, namora uma menina super linda e nos finais de semana ele diz que vai sair com os amigos e vai todo mundo pro motel?! (eu soltei essa fofoca porque ninguém do grupo de meninas que tinha falado ela estava na aula...)”. Depois eu expliquei como funciona o processo com embasamento da ciência, inclusive os astronautas fazem a mesma coisa para aprender certas coisas....

Tudo bem, tem gente se perguntando o que isso tudo tem haver com a minha historia... TUDO!!! Como eu já expliquei eu ficava ouvindo tudo o que se comentava naquela sala, com o passar dos anos os assuntos foram ficando mais interessantes e animadores, certos dias era mais vantajoso ouvir fofoca do que prestar atenção na explicação da matéria nova. Mas não havia coisa mais interessante do que ouvir ela falar... não importava sobre o que era, o assunto recebia prioridade! Pena que ela tinha uma voz suave quando sussurrava... A sensação que eu tinha ainda era tão intensa e marcante quanto no primeiro dia que eu a vi. O tempo ainda ficava lento e tudo mais, mas agora eu era mais maduro e mais esperto... eu me lembrava de respirar!!! Exceto quando a minha respiração me atrapalhava quando eu tentava ouvir o som dos passos dela e o ritmo de sua respiração... aí não tinha jeito, eu parava de respirar mesmo!!

Todos os anos no nosso colegio havia várias comemorações em que os alunos se organizavam para fazer alguma coisa. Tinha festa junina e cada turma tinha que fazer uma dança de quadrilha, natal onde todos faziam uma comemoração no fim do ano com músicas natalinas e várias outra. Em todas essas comemorações e eventos eu sempre quis ficar perto dela e não conseguia. Nas festas juninas eu queria formar par com ela, mas sempre me colocavam do lado de uma baixinha, pudera... eu era o segundo mais baixo da turma (e ela é um pouco maior que eu... droga de vida!!!) e o pior é que parece que toda mulher baixinha é feia (nada contra uma mulher baixinha, nada contra uma mulher feia e nada contra uma mulher baixinha e feia... mas vocês sabem que quando novos costumamos levar em consideração apenas a aparência...). Mesmo quando uma vez eu tive que fazer par (porque eram os professores que formavam os pares) com uma menina bonitinha ela nao podia ensaiar no mesmo horario que eu e no dia da festa ela ficou do meu lado só no inicio, depois um pouco antes da quadrilha começar ela trocou de lugar com uma amiga dela que era mais alta e ia fazer par com um menino que ela (a menia bonitinha que eu ia fazer par) era afim. E adivinhem!? Essa menina amiga dela era feia e baixinha (e era a mais feia e baixinha que eu vi na vida!!! Naquele momento eu penssei que Deus tinha castigado ela porque pra nascer feia e baixinha daquele jeito só poderia ser sacanagem... Agora pensa numa menina com um fogo da poha... ela agarrou o meu braço de um jeito que deu medo e durante a dança ela fazia de tudo para se aproveitar do meu corpo...

Porém teve um ano em que EU IA FAZER PAR COM ELA!!! Bem... na verdade... não era bem par com ela... era uma época de natal e íamos cantar uma música de natal enquanto fazíamos uma coreografia. Nessa coreografia todo mundo fica va em grupo ou em fila lado a lado e em ambos os casos eu ficaria do lado dela. E nesse dia eu senti uma pontada no coração porque uma professora doida tinha tirado ela do meu lado justo na hora em que íamos nos apresentar!! Só que Deus existe e ele mandou a professora certa ajustar a merda que a outra ia fazer e no fim deu tudo certo... Pensem em um menino de dez anos que esteja muito feliz... agora dá pra ele um playstation 3... e um carro importado que ele não pode dirigir mas você diz que ele pode fazer o que quizer... multiplica isso por dez e vocês terão uma vaga ideia do quanto eu estava feliz!!! Naquele dia eu perdoei o Papai Noel por todos os natais que eu não recebi nada de presente (o meu pai só dá presente para a minha irmã mais nova). Mais tudo tem o seu preço... no ano seguinte ela passou a estudar no turno da tarde, enquanto eu sempre estudei no turno da manhã...

Nos anos seguintes eu passei a ser um pouquinho mais popular... isso tudo porque criou-se uma nova mania na minha sala... queda de braço. A moda agora era saber quem era o mais forte na queda de braço, e de certa forma isso dava status. Em dias já existia um ranking na turma, as vezes eu achava que tinham tudo escrito em um papel, mas nunca foi confirmado nada. Eu não participei porque eu era tão tímido que não sabia como entrar em uma conversa, mas sabia manter uma conversa sobre qualquer assunto numa boa. Logo eu não conversava com ninguém que não viesse conversar comigo, e como eu não tinha amigos eu não conversava com ninguém, ainda bem que eu só tinha um inimigo... mas essa é outra historia (na verdade eu acho que eu já escrevi ela, mas ela foi apagada...). Isso mudou até que tinha um cara muito ruim de braço de ferro (esse era o cara mais baixinho da sala e meu único inimigo [eu não tinha nada contra ele, mas ele gostava de me encher o saco todos os dias]) e ele não conseguiu vencer ninguém, mas ele ainda conseguia disputar com um outro cara lá, mas ainda sim ele sempre perdia.

Certo dia eles disputaram de novo para ver se o baixinho conseguia vencer dessa vez, não deu outra, ele tentou, se esforçou, quase conseguiu e ainda assim ele perdeu. Nisso o outro cara (o que ganhou) disparou:

-Num sei porque tú ainda tenta, tú não ganharia nem do Fábio (eu)!

-O que?! Eu não ganho do Fábio!? Dele eu ganho com as duas mãos na costa!!

E deu-se inicio ao braço de ferro do século!! De um lado um cara que mesmo medianamente forte nao conseguiu vencer ninguém e do outro lado, EU! O cara em que ninguem prestava atenção, o cara dito como estranho, o cara que era magro que dava dó e em menos de um ano ficou gordo de dar mais dó ainda!

Antes de começar a descrever a queda de braço do século eu devo contar um pouco sobre minha infância. Já fazia alguns anos que o meu pai via eu e o meu irmão em casa sem fazer nada a tarde e resolveu por nós dois para trabalhar (de acordo com a educação dele, criança que não trabalha vira vagabundo. E ele começou a trabalhar ainda mais cedo na roça e por isso ele acreditava ser normal colocar duas crianças, cada um com uns nove anos, para trabalhar). Ele trabalhava em um supermercado, nesse supermercado vendia-se no varejo (unidade) e no atacado (caixa cheia de unidades). Ele trabalhava organizando a área de entrega de atacado e colocou eu e o meu irmão para empacotar as compras das pessoas que compravam no varejo. E naquele tempo não existia carrinho, onde você colocava as compras e ia deixar no carro do cliente. Naquele tempo só o cliente usava um carrinho para colocar as compras e tú tinha que se virar e carregar tudo no braço e deixar no carro do cliente e tinha que fazer apenas uma viagem porque na volta o caixa já estava cheio e tú ia se ferrar mais ainda se demorasse duas viagens. O ruim era que não tinha outras pessoas para fazer esse trabalho, era só eu e o meu irmão.

Nós íamos todos os sábados quando não tinha aula e todos os dias quando estávamos de férias. E aí se agente conversasse com o nosso pai sobre uma mesada, tudo o que ganhavámos era o que os clientes nos davam de gorgeta e para piorar tudo, a maioria achava que agente ganhava um sálariozinho... tradução: ninguém liberava nada, nem na época do natal!!! Mas agora imagine uma criança de uns 9 anos de idade carregar mais de 20kg por compra, agora imagine essa mesma criança fazer isso durante oito horas por dia, sendo que no natal as compras tinham uma média de 30 a 50kg. Eu podia até ser gordo, mas tinha uns braços bem grosos.

E eu fiquei meio sem graça de participar daquele embate, isso porque não tinham me convidado e sem dito que eu era fraco. Eu não tinha ideia da minha força, para mim todo mundo naquela sala era mais forte do que eu porque eram magros e bem definidos, alguns faziam musculação a anos (isso aos treze anos) e tinham os braços bem definidos. Mas de uma coisa eu sabia, na hora que começasse eu tinha que colocar toda a minha força logo de imediato para não perder. E lá estava eu diante do cara que eu mais odiava naquela sala, na verdade ele era o únicco cara o qual eu nao gostava. Quando o juiz, outro cara, disse a palavra mágica (“JÁ”) e coloquei toda a minha força para poder derrotar o cara e não fazer feio... quase quebrei o braço dele e no fundo eu até que fiquei feliz por ele ter se ferido um pouco.

Logo todos estavam sacaneando o baixinho (menos eu, eu sabia o quanto isso era chato) e ele, para se defender, falou que eu provavelmente poderia ganhar do cara que ele perdia sempre. E de novo começamos novo embate, e lógicamente ele perdeu com muita facilidade. No fim eu fiquei em segundo lugar no ranking, só perdi pra um cara lá que era 20cm mais alto que todo mundo e duas vezes mais largo. E ainda assim foi uma grande luta, até porque ele era duas vezes mais alto do que eu.

Com isso eu ganhei uma certa fama e o baixinho começou a me amolar menos, até porque eu quase quebrei o braço dele, imagina o que eu poderia fazer com ele se eu me zangasse (novamente eu já escrevi essa historia, mas acho que ela foi apagada). Tenho certeza que vocês ainda estão se perguntando o que isso tem em relação a minha dor de amor. O que acontece é que eu ganhei mais alto confiança e ja falava mais com as outras pessoas. E eis que na oitava série ela volta para a minha vida... ainda mais bonita do que antes.

E eu ainda sentava na mesma cadeira de sempre na primeira cadeira da fileira do meio, e ela continuava sentando na parte de trás, na verdade ela se sentava na parte do meio da fileira que ficava do lado da janela (essa janela dava vista para a parte interna da escola e não havia janela que mostrava a parte de fora do colegio). Ela passou a estudar no turno da manhã ao invés do turno da tarde, e com ela veio uma amiga dela que falava bastante.

Ela começou a namorar um cara mais velho e este cara, ao meu ver não combinava com ela (embora isso eu possa estar dizendo porque como todo nerd eu sabia que eu ia ser uma pessoa melhor para ela). Ele (a criatura que ela namorava) gostava de desenhar e eu também, a diferença é que ele gostava de desenhar coisas que já foram desenhadas (tipo os personagens do mortal kombat) e eu gostava de desenhar coisas novas. Ele repetiu de ano, duas vezes, e eu sempre estava passado na metade do ano, em julho, (nesse tempo você era aprovado com media 5). Ele só falava besteira e coisas idiotas (ele inventou uma música imitando uma música [acho que do zezé de camargo e luciano] que tinha um refrão que falava sobre como amar e ele apenas trocou a palavra amar por cagar. Imagina se essa criatura tem filhos!!) e eu o pouco que falava era apenas para passar conhecimento, consolação e/ou alegria. Ele era todo tatuado e tinha uma cara de marginal, e o pior é que era aqueles marginais que dá vontade de rir. Eu sempre me arrumei bem e me preocupava com a minha aparência. E ele ainda tratava ela mal!!! Meio que desprezava ela, isso porque ela era mais nova e por estar namorando um cara mais velho acabava pondo ele em um pedestal e ele percebendo que ela comia na sua mão a desprezava e a tratava mal, e eu ainda achava que ele tinha outra por fora (uma amante se você gostar do termo). Eu por outro lado a colocava em um ponto muito alto, como se ela fosse algo que eu não devesse sequer tocar... no fundo eu até que procurava não a desejar tanto, porque eu achava que ela merecia ser amada por alguém melhor que eu, eu pensava que eu não tinha os requisitos certos para ela.

Depois de uns meses esse cara desapareceu da face da terra, eu nunca mais o vi e parece que meu querido anjo também não o viu mais... eu sinceramente fiquei feliz. Não bastasse o sofrimento de tê-la perdido durante anos eu ainda tive que me conformar em vê-la acampanhada de alguém que ao meu ver era um crápula. Isso me faz lembrar da época de inicio de ano quando ela passou a estudar na parte da tarde. No primeiro dia de aula eu fiquei apreensivo por não tê-la visto na sala. Eu sentia o meu coração bater mais e mais forte a cada aluno que chegava e o via sentir uma pontada quando percebia que o aluno não era ela... Pior foi quando o professou chegou e começou a escrever o texto no quadro negro, então eu percebi que horas eram e que já estava próximo de começar a aula e ela ainda não tinha chegado.

“Talvez ela tenha se atrazado”...

O professor já escrevia naquele maldito quadro negro fazia mais de uma hora e a sala já estava cheia. Eu estava divido em escrever aquela matéria tosca e os meus pensamentos. E isso me dava raiva porque eu não conseguia fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Se vocês quiserem me ver com raiva é só interromper a minha linha de pensamento por cinco minutos, se eu não consigo pensar porque tem alguém me atrapalhando eu viro uma fera!! Um animal descontrolado que age apenas por instinto, um ser abominavel que não está nem aí para o sentimento dos outros e acaba descontando a sua fúria em qualquer pessoa que passe por perto, isso tudo para que elas se afastem e me deixem pensar direito. Com isso eu ficava cada vez pior, eu não conseguia escrever e nem pensar... mas ainda assim eu estava com raiva mesmo por estar ansioso para vê-la depois de meses e no fim ela não aparreceu.

“Talvez ela não venha hoje... ela pode estar viajando...”

E os dias viraram uma semana, e a semana se juntou com outra e outra e depois de um tempo as semanas se juntaram e formaram um mês. E eu percebi que ela não vinha mais... durantes as outras semanas eu fiquei remoendo lembranças felizes de nós dois (na verdade nunca existiu um “nós”, as lembranças que eu tinha eram em sua maioria sobre as vezes que eu ouvia a voz dela em uma conversa, ou as vezes que eu a via passando por perto de mim no intervalo e coisas do tipo) e também tentando descobrir onde ela tinha se escondido. As opções não eram nada boas... ela poderia ter mudado de escola, poderia ter mudado de municipio ou até mesmo viajado para outro estado, páis ou continente. Me senti bem melhor quando descobri que ela apenas tinha mudado de turno. Mas eu nunca a vi pela escola quando eu vinha de tarde para fazer trabalhos em grupos na parte da tarde na escola.

Eu pensava que ficar sem vê-la era ruim, mas depois que eu a vi com aquele cara, ai é que eu entendi que a vida não é justa, se você quer justiça você deve procura-la e lutar para que ela seja eficaz. Você nada recebe além daquilo que você lutou.

Na verdade, agora que eu estou puxando pela memoria, eu não lembro ao certo se estava oficializado alguma coisa entre eles dois, na verdade eu não tenho nenhuma memoria visual (memoria em video) que mostre os dois se beijando, talvez eu tenha bloqueado tais memorias ou talvez eles fossem somente amigos, mas eu não acredito nessa hipotese.

Esse cara ficou menos de um ano na escola. Depois dele veio outro cara que é ainda pior. Eu não digo que ele era pior porque ele tivesse menos qualidade do que o primeiro cara e sim porque ele era um garoto normal. Eu imaginava que para ela tinha que ser um príncipe com diversas qualidades. Mas aquele cara era um cara normal, não era muito inteligente mas também não era burro. Não era do tipo atletico mas jogave razoavelmente. Não era romantico mas conseguia manter uma conversa com uma menina bonita sem falar besteira (coisa que eu sempre consegui, mas normalmente elas não vinham falar comigo).

Eles não namoraram, eles não se beijavam na escola, eles sequer se abraçavam. E eu poderia até hoje pensar que eles nunca tiveram nada, se não fosse um caso que rolou na boca pequena (essa expressão significa um fofoca que foi comentada apenas com um seleto grupo de pessoas, ao contrário da fofoca comum que rola pela boca grande). Dois amigos meus (naquela época eles eram o mais próximo de uma amizade na escola que eu tinha, mas eles se sentavam nas ultimas cadeiras e eu sentava nas primeiras) me contaram algo que espedaçou todos os meus pensamentos e ideias que eu tinha sobre ela. O que eles falaram foi tão forte que a imagem que eu tinha dela foi totalmente destruída. E eu acredito ser verdade porque esse tipo de comentário perde a força depois de algum tempo e eles nunca negaram o que disseram, eles mesmo depois de anos continuaram falando ser verdade.

Esse comentário que eu ouvi da boca deles eu não ouvi da boca de ninguém mais, o que me leva a crer que o boato não se espalhou já que foram somente eles que presenciaram a cena que levou o boato adiante. Eu realmente fiquei acabado...

Meu jovem coração pareceu que derretia, como se ele tivesse perdido o equilibrio ao ouvir aquilo e que aos poucos eles começasse a não sentir mais o chão e simplesmente cair de costas e bater a cabeça no piso. E ao contrario da maioria ele não que sair daquela posição deploravel e se levantar. Ele quer ficar ali no chão se remoendo por dentro e sentir a dor que a queda provocou em suas costas e cabeça. A dor o ajuda a tentar esquecer o que o coração sente mas ela só piora tudo. Isso porque não importa quanta dor física você está sentidno, o seu coração te faz sentir pior com a dor que ele emana e esta vai se alastrando pelos outros orgãos, musculos, nervos como se fosse un câncer maligno que se alastra e domina cada parte do seu corpo e depois de dominada ele a inutiliza e logo você não passa de um corpo sem vida que não quer mais sentir emoções e por causa disso você fica sozinho com sua dor.

O pior acontece quando esse câncer que é a dor do coração domina todo o seu corpo, isso porque depois de dominado o corpo só resta se apossar da alma. Depois que a alma foi tomada a pessoa alegre que você foi antes está acabada, você está totalmente rendido e derrotado. Com a alma repleta de dor e angustia a sua vida perde o sentido, você não vê mais razão para comer, dormir, sair com os amigos e principalmente... você não vê mais razão em amar...

Depois que a sua alma é dominada e assolada pelo sofrimento só lhe resta uma única saída. É ter por perto alguém que tenha uma alma mais forte que a sua para lhe dar apoio e amor. Essa pessoa pode ser parte da sua familía, o seu amigo, alguém que mal lhe conhecia mas sentiu o sofrimento que você passava e resolver perguntar o que houve e em determinados casos essa alma forte pode até ser a mesma pessoa que feriu o seu coração.

Essa alma precisa ser mais forte que a sua porque normalmente uma alma ferida não quer a companhia de ninguém, ela quer ficar sozinha e se afundar em um poço cheio de angustia, dor, odio, orgulho ferido e coração machucado. E por causa disso, toda vez que alguém de alma mais fraca tenta lhe ajudar você tenta afastá-la e acaba conseguindo, já que a sua alma é mais forte. Agora se alguém de alma mais forte que a sua faz a mesma tarefa, ela provavelmente sairá vitoriosa, isso porque ela não desistirá na primeira tentativa, na verdade ela não desistirá nunca.

Isso faz uma pessoa refletir: “E se alguém de alma muito forte for pego pelas dores e doenças que aflingem o coração!? Quem irá ajudá-la?!”. Isso simplesmente não irá acontecer nunca. Eu não estou dizendo que uma pessoa de alma forte não tenha problemas com o coração, todos que tem um coração estão sujeitos e sentir dores por causa dele. Eu estou afirmando que alguém de alma muito forte nunca a deixará cair por terra perante um coração sofrido, ela sentirá as dores e essa dor se espalhará por todo o seu corpo, mas jamais afetará a alma.

Esse processo pode durar dias, semanas, meses ou até anos até que a alma seja completamente dominada, mas esse processo pode também durar apenas segundos. Eu vi na TV um caso de uma garota que namorava pela internet e certo dia o namorado dela terminou tudo. Ela ficou arrazada e foi para o seu quarto com lágrimas nos olhos e uma rasgadura no coração. Alguns minutos depois a mãe dela leu o que estava escrito no computador e foi atrás dela para consola-la. Ela encoutrou a filha morta...

Coisas assim acontece com quem tem a alma dominada pelo sofrimento, elas deixam de lutar e se rendem, desistem da vida. Vocês podem achar cruel, mas a vida é assim mesmo, se você desistir de lutar você fadadamente deixará de aproveitar a vida e acabará tendo o pensamento de que a vida não é tão boa assim. No fim somente a morte parecerá um caminho fácil a ser seguido. E isso não é verdade, no caso dessa menina descobriram que quem enviava as mensagens era a visinha dela que se passava por homem e a iludia somente para chegar o dia em que ela terminaria o namoro. Como vocês podem ver essa garota se matou, e a morte dela não valeu de nada.

Se ela tivesse lutado por um dia que seja, ou até mesmo uma hora ou duas, ela poderia ter descoberto quem era o tal homem da vida dela. E a sua tristeza se tranformaria em odio, raiva, dor, sentimentos ruins, porém construtivos. Ela daria outro rumo para a vida dela e viverria. Quem sabe ela até encontrasse um rapaz que valesse a pena.

O mesmo poderia ter acontecido comigo, eu fiquei triste e até não acreditei no que eu tinha ouvido. Depois de um tempo eu percebi que eles não tinham motivo para mentir. Mas até hoje eu estou com uma pulga atrás da orelha. Não que eu não acredite nos meus amigos, mas é que eu gosto de ouvir todos os lados de uma historia antes de dar credito a alguém. Por isso eu teria que conversar com essa menina e perguntar se realmente era verdade.

No mesmo ano ela saiu da escola, mas ela foi até o fim do ano e até fizemos a formatura da oitava série juntos. Depois eu não a vi mais. E quando eu digo isso eu quero dizer que eu sequer sabia para onde ela foi, em qual escola ela estava estudando ou coisas do tipo. Ela poderia estar estudando no turno da tarde, mas eu nunca vou saber.

Durante anos eu pensei que esse amor que eu senti era algo infantil, como eu poderia amar alguém com quem eu mal falava!? Nós nunca tivemos uma conversa séria, ou mesmo uma conversa divertida. Nossos dialgos não duravam mais que um minuto, embora todas as vezes em que falamos eu conseguia tirar um sorriso daquele rosto bonito. Eu me convenci disso e estudei o primeiro, segundo e terceiro ano sem pensar nela. Me formei na faculdade e já não lembrava dela.

Eu bem que gostaria de terminar a minha historia por aqui, assim ela teria um final razoavel. Onde eu superei um amor que parecia que não ia dar certo, mas eu tenho que contar toda a historia já que os relotos que eu descrevo precisam ser completos.

Eu estava indo pro shopping para ir ao cinema assistir um filme. Eu estava com o meu irmão, ele que estava dirgindo. Ele estacionou o carno no estacionamento do subsolo e fomos para o elevador do shopping. Quando estavámos chegando no elevador tinha uma familia saíndo dele. Nós aproveitamos a porta aberta e entramos. Quando eu entrei no elevado e este comçou a fechar a porta eu levantei a cabeça e vi no meio daquela familia que estava parada na frente do elevador, uma pessoa em particular que me interessou muito. Essa pessoa estava parada olhando para o elevador. Na verdade ela estava olhando para mim. É incrivel como os olhos dela mostravam a clareza do seu pensamento. Eles diziam: “Será que é ele mesmo!?”. Quando eu a vi as portas do elevador começaram a ficar mais lentas e quase não fecharam porque o mundo tornou a parar...

Otimismo e pessimismo

TÓPICO JÁ ESCRITO ANTERIORMENTE

"Konichua a todos, estou falando um pouco de japones hoje porque iniciar todo tópico com "oi" e "olá" cança depois de um tempo.

Hoje eu não vou falar sobre uma dor e sim sobre uma reflexão. Dores e reflexões são o que mais tem em minha vida.

Eu sou muito observador e muito curioso. Por isso eu costumo observar pequenas coisas as quais não costumam chamar muita atenção. Na verdade, certas coisas que eu observo não dão motivos para que outras pessoas demonstrem interesse.

Para mim tudo pode ser motivo para refletir. TUDO MESMO. Eu tenho um dom. E eu uso esse dom para me tornar uma pessoa melhor e tornar melhor o mundo, assim como as pessoas que vivem nele. Só que normalmente essas reflexões são muito extensas e trabalhosas. Mas como o povo aqui gostam de ler (pelo menos é o que parece) eu vou postar aqui uma de minhas reflexões.

Ela fala sobre o otimismo e o pessimismo.

Uma coisa que todos falam é que existem pessoas otimistas e pessoas pessimistas. Mas também existem também pessoas normais. Isso é o que a maioria falam. Na minha opinião existem poucos pessimistas e/ou otimistas verdadeiros.

Deixem que eu explique. Uma pessoa normal verdadeira tende a ser pessimista com eventos ruins (bateu o pé em algum lugar já é motivo para achar que o dia todo vai dar errado) e otimista com eventos bons (achar uma nota de 10 reais no chão).

Os "ditos" otimistas são na maioria das vezes pessoas que conseguem ver coisas boas em coisas ruins. Se ela bate o pé e fica com a unha encravada, ela pode achar que isso é um aviso de que algo bom está para acontecer. A pédicure pode ser uma mulher sedutora e que se sensibilize pelo pésinho dele. Ou pode ser que o dia continue ruim mesmo, mas o importante é que ele conseguiu ver algo de bom em algo de ruim.

Já os "ditos" pessimistas são aquelas pessoas que se irritam por qualquer coisa. Ele espirrou de manhã e já acha que está gripado e pode ser um inicio de pneumonia. Mas se o dia for bom ou não tiver muitas coisas ruins então esse pessimista se torna uma pessoa normal.

Agora os pessimistas e otimistas verdadeiros são completamentes diferentes.

Os pessimistas verdadeiros não importam o quanto o dia está bom ou quantas coisas de boa acontecerem na vida dele ele sempre acha algo de ruim. E sempre acredita que essas coisas só acontecem com ele. Eles só conseguem ver algo de bom na vida dos outros (a grama do vizinho sempre está mais verde que a dele).

Veja um bom exemplo de um verdadeiro pessimista:

-Oi Roberto. Tô tão feliz que eu te comprei um carro importado novissimo e com tudo incluso, tudo incluso mesmo!!! Veja até arranjei uma gostosa para sentar no banco do carona e ela tá doidinha por você!!!

(Todas as falas do pessimistas estão em tom de berro)

-Mas tú é um amigo da onça mesmo! Me dá um carro! Tá louco? Agora eu vou ficar cheio de conta: ipva, seguro obrigatório, lincenciamento... tú é um corno mesmo!!! E olha só isso! Esse carro é 2.0! Eu vou ter que vender o meu rim para pagar a gasolina. E eu ainda posso ser envolvido em acidente de carro!!!

-Poxa cara, eu não tinha pensado nisso...

-E ainda por cima tu ainda me arranja um peso morto! O que te veio na cabeça quando tu me arranja um mulher gostosa?! Essas aí querem joias, jantares chiques, presentes... Tú acha que eu sou rico? Eu só ganho 5000 reais por mês!!! E se ela engravida? Lá vem um filho para cuidar, tratar, ensinar para que ele cresça e se torne um vagabundo, para depois ser um criminoso e me extorquir e me matar para comprar drogas. E se nascer gêmeos??? Sem falar que mulher bonita só serve para meter chifre no namorado!!!

Perceberam? Um pessimista SEMPRE tem um pensamento negativo. Não importando o que fazerm para que ele se anime.

Já o otimista verdadeiro é totalmente o oposto.

Um inimigo que odeia ele dá para ele um presente inusitado:

-Toma uma latinha de m****, seja feliz!!! HAHAAHAHAHAHHA (risada maligna)

-Poxa cara, sniff, brigadão mesmo! E HOJE NEM É O MEU ANIVERSÁRIO! Tú é um amigo de fé mesmo. Olha eu vou plantar um pé de laranja e vou usar essa tua latinha como adubo. Essa árvore vai crescer e dár várias laranjas as quais eu sempre irei guardar uma saca para ti todo mês! E tem mais, dessa laranjeira eu vou usar as sementes e plantar um terreno de vários hectáres e começar um négocio de plantio de laranjas. E tú vai ser meu sócio cara. Porque tú é meu amigo! Eu entro com o dinheiro, o trabalho, as vendas e te dou 70% dos lucros BRUTOS. E só tu me trazer várias dessa latinhas. Tú realmente é um gênio dos negocios cara. E eu te prometo que em menos de 5 anos vamos dominar o mercado de laranjas e aí sim vamos investir, com o meu dinheiro é claro. Vamos industrializar e fazer sucos, compotas...........

Como puderam perceber, esse sim é um otimista verdadeiro (e que otimista!!!).

Para quem está com dúvidas, eu sou um pessimista E um otimista verdadeiro.

Eu sei, eu sei. Vocês devem estar pensando que isso é impossivel, mas não é. Vejam:

Quando acontece algo de ruim na minha vida eu uso o meu proverbio preferido "Poderia ser pior".

Se eu quebro a perna, eu penso "poderia ser pior", eu poderia ter quebrado as duas pernas, ou pior ainda, eu poderia ter quebrado o crânio, ou pior do pior eu poderia ter uma das costelas trincadas e uma pequenina lasca de osso fosse parar na minha prostata criando uma inflamação que evoluiria para um câncer maligno que levaria minhas pernas, prostata e orgãos reprodutores e eu seria obrigado a fazer tudo em saquinhos porque o câncer levou meu ânus também.

Depois desse pensamento, me vem uma alegria demasiada por ter quebrado somente UMA perna. Dá vontade de sair na rua gritando:

-EU QUEBREI A PERNA, OBRIGADO MEU DEUS! BRIGADÃO CARA!

E é por isso que eu sou um pesimista e um otimista ao mesmo tempo. Porque eu consigo ver coisas boas e ruins em qualquer coisa.

QUALQUER COISA MESMO!!!"

terça-feira, 28 de abril de 2009

Medico

Oi a todos,

Está muito cansativo explicar que alguns dos tópicos que eu estou escrevendo aqui já foram escritos por mim em outro lugar e que eu apenas estou colocando na integra o que eu escrevi lá e é por isso que as postagens tem comentários sobre pessoas que não postaram aqui, mas postaram lá.

Sendo assim eu vou abreviar tudo e escrever antes de cada tópico a mensagem "COPIADO DO OUTRO SITE". Assim facilita a minha vida porque eu não escrever um pequeno texto antes da ação começar e vocês podem economizar a vista de vocês não lendo esse textículo.

"Oi a todos,

Novamente eu estou aqui para incrementar um pouco o tópico (que aliás está meio parado, parece que ninguém está se acidentando como antigamente...).

Eu vou falar agora sobre minha primeira dor. A dor da qual eu acho que foi a mais dolorosa fisicamente.

Como todas as boas dores que eu já senti na vida (ver segunda pior dor [contida no primeiro tópico]) eu estava comendo no meu quarto assistindo a "A praça é nossa!".

Nessa época o programa passava sábado a noite antes do programa do GUGU que falava sobre música (ao qual eu esqueci o nome do programa).

Eu estava deitado na minha cama comendo um delicioso copão de doce de leite caseiro industrializado legítimo (nunca entendi porque vem em certas embalagens o título "doce de leite caseiro", "geléia caseira" se ele vem em um vidro como todo produto industrializado).

Era um copão de 500ml de puro doce de leite. Estava muito bom, mal eu sabia que nessa noite eu sofreria a PIOR DOR FÍSICA DA MINHA VIDA!!! HAHUAHUAHAUHAUHAUHAUHAUA (risada maligna)

Eu estava comendo direto do copo mesmo, eu ia comer tudinho já que o como já estava no fim. O copo tinha uns vinte centímetros de altura, é mais ou menos o dobro do tamanho desses copos de vidros de requeijão.

É interessante como guardamos mémorias nesses momentos, eu lembrava que estava quase no momento de passar o quadro do batoré. Eu ria bastante nos causos que ele falava, sempre terminando com o seu bordão.

Voltando ao copo de leite. Nessa altura do campeonato eram umas sete e meia da noite quando eu acabei o copo de doce. Eu me levantei para jogar o copo no lixo e a colher na pia da cozinha. E ia fazer isso se o copo não escorrega da minha mão e se espatifa no chão "droga!!!".

Limpar uma mancha de doce do chão é um sac#. Primeiro tem que varrer esses cacos de vidros e depois limpar a mancha do doce e dar uma limpadinha com desengordurante para não ficar liso.

E lá vou eu pegar uma vassoura e uma pá pequena. Eu faço um montinho contendo todos os cacos de vidro um pouco longe da mancha de doce de leite que fica no chão (notem que eu digo "mancha" e não "monte de doce leite" porque eu já tinha comido o doce, o que ficou no chão era apenas uma rebarba que fica nas paredes do copo e agente nunca consegue comer tudo.

Eu me viro para pegar a pá e quando eu estou voltando eis que eu escorrego na mancha de doce de leite e caio em cima dos cacos de vidros... DE JOELHOS!!!

É incrivel que não importa se é um copo de doce de leite, requeijão, geleia, patê ou simplesmente um copo de água. Se você deixa cair um ele sempre quebra da mesma maneira. Ele cai de lado e cria uns poucos cacos médios (que são fáceis de limpar), uma infinidade de caquinhos do tamanho de um grão de areia (que de vez em quando aparece do nada e te corta o pé) e um CACO MASTER!!!

O caco master é o caco formado pelo fundo do copo e uma ponta do tamanha exato do copo. No meu caso a ponta tinha os 20cm de altura e estava em pé...

Já dá de imaginhar o que aconteceu né!?

Mas aí é que está a magica da coisa... EU NÃO SENTI NADA!!!

Nadinha mesmo! Eu me levantei, disse um porr# para estravasar a raiva e fui me limpando com as mãos. Eu varri a poeira das palmas das mãos, do calção e quando fui me curvar para limpar as canelas eu percebi algo estranho... tinha um enorme filete de sangue escorrendo pela minha perna!

Eu realmente tenho sangue frio (puderas, depois de tudo que já aconteceu comigo eu deveria ter mesmo!). Não me desesperei ao ver o estado do meu joelho (na verdade, eu tenho um humor negro terrivel!!! Por demais da conta! E isso ajuda um pouco) e olha que estava horrivel.

O caco master atravessou de um lado para outro o meu joelho pelo lado de dentro das pernas. Eu tive que tirar esse cretino do meu joelho com as própias mãos.

Pudera não tivesse feito isso porque se estava saindo sangue com o caco de vidro dentro agora que eu tirei ele parecia que eu tinha desarrolhado (tirado uma rolha) do meu joelho e o sangue começou a sair mais fluentemente. Eu pude ver melhor a ferida. Dava de ver o osso lá no fim dela. Tinha uma abertura de uns 15cm (o que parece ser bem maior se você olha de cima) e dava de ver vários pontos amarelados lá (embora essa imagem esteja um pouco turva na minha mente, o que dá raiva é a imagem da vovó está mais nitida do imagem em fullHD).

Fiz o que me veio a cabeça:

-AGORA FUDEU! (por favor moderadores, se acharem que fois pesado eu peço que editem por favor)

Daí fiz a segunda coisa que me veio a cabeça:

Eu dei uma segunda olhada e comecei a rir (eu falei que tinha um humor negro que não prestava...)

-Me Deus do céu! Ainda bem que eu não tava tomando uma coca de um litro...

Nessa hora entrou o meu irmão e esse sim é frouxo que nem galinha em dia de matadouro!!!

Quando ele viu o meu joelho aberto e escorrendo sangue ele quase tem um pirepaque (ele é um ano mais velho que eu). Ele ficou parado por uns três segundo sem mecher um músculo sequer. Daí ele olha para minha cara... e de volta para o joelho. Parecia que que ele estava afirmando alguma coisa com a cabeça em camera lenta. Chegou a ser engraçado na hora.

Quando a ficha caiu ele agarrou minha perna e me arrastou para a pia que ficava do lado de fora de casa (era a que ficava mais perto) eu acho que ele não estava pensando direito porque ele se esqueceu que na outra ponta da minha perna estava o resto do meu corpo, este teve que ir pulando como se fosse amarelinha até a porr# da pia (eu já estava ficando nervoso)...

Nisso ele joga a minha perna em cima da pia e começa a jogar água em CIMA DA FERIDA... meus caros leitores, peço com todo o apelo que posso pedir que vocês tentem imaginar a cena:

Você é o organismo que constitui o ser vivo chamado Fábio. Você é o chefe de operações de todos os sistemas (muscular, nervoso, respiratorio e por aí vai...[o cerebro]) você já está achando que o seu espediente já está acabando e que logo, logo o você vai por o organismo para dormir... quando de repente o sistema nervoso te informa que o organismo está com raiva porque derrubou um copo.

Obviamente você não se preocupa muito porque é um problema pequeno e já começa a organizar os pensamentos para resolver a parada: varrer, recolher os cacos, por tudo no lixo e continuar a vida.

Você já estava no meio da operação quando o sistema nervoso dá um alerta geral: O CORPO ESTÁ CAINDO!!! Você chinga a mãe do sistema ocular por não ter visto aquela merd$ de mancha de doce de leite e manda que todos se preparem para o baque (como naqueles filmes de submarinho quando estam prestes a receber um impacto de um torpedo).

Quando o corpo caí o mensageiro do sistema nervoso chega com um olhar preocupado:

-Senhor o joelho direito sofreu sérios danos e estamos pedindo permissão para mandar um sinal de "DOR AGONIZANTE" no joelho para que o organismo tome as devidas providências.

Você lê o relatório de danos e começa a rir:

-Você está louco! De que adianta mandar dor para esse local? Nem se o organismo fosse cego ele não perceberia esse ferimento. A quantidade de sangue perdida no local foi muita e ainda estaríamos sujeitos a uma nova queda e dessa vez poderíamos perder um olho ou ser capado! Eu prefiro não arriscar!

(Taí uma boa explicação de eu não ter sentido dor)

Você como chefe está organisando e planejando a cicatrização do ferímento quando o maldito do mensageiro do sistema nervoso vem torrar a tua paciência com outro relatório.

-SENHOR O ORGANISMO ESTÁ LOUCO!!! Ele jogou uma mistura de água de torneira em cima do ferimento. Já detequitamos vários fungos, bactérias, vírus, restos de seres mortos e acreditamos que o agente da peste negra não morreu!!!

-Só me faltava essa!!! Quer saber de uma coisa?! Bote para fuder esse joelho! Assim ele aprende a não jogar m**** em ferida!!!

Vocês nem imaginam a dor que eu senti ali. Foi como se o corpo tomasse um choque e liberasse toda dor que eu estava devia ter sentido na hora da queda. Foi lacerante... era como se estivessem jogando ácido cheio de sal em cima do meu joelho aberto. E ainda ficou uma poça de água suja vindo diretamente do esgoto publico (a minha casa é abastecida por um poço artesiano que penetra no lençol freatico da região e nos dá água limpinha e pura que foi filtrada por diversas camadas de terra e pedras fazendo dela uma das águas mais puras do mundo... EXCETO NAQUELA DROGA DE PIA!!!)

E ele já ia pegando aquele sabão em barra que fica naquela pia para limpar o ferimento!!!

-Se tu sequer olhar pro meu joelho com essa barra de sabão na mão eu juro que enfio ela num lugar tão fundo que tú não vai achar ela nos próximos anos mesmo se um médico procurar ela com uma camera!!!

-E tú vai deixar essa merd$ assim?

-Num tava doendo nada até tú encher ele de bactérias!

-E ainda reclama!!! Eita cara mal agradecido!!!

Nessa hora eu tive vontade de enfiar a barra de sabão nesse lugar inapropiado.

-É melhor tu chamar a mãe e ela vai saber o que fazer (eu tinha uns 11 anos na época).

-Tá doido! Ela vai pensar que fui eu! (sabe... nós tinhamos umas brincadeiras meio pesadas naqueles dias...)

-Ô filho de #*(@&¨@*&¨#, e tú quer fazer o que? Lavar com água e sabão, grudar tudo com chiclete e por um band-aid em cima?

-...

-Tu sequer tem um band-aid por aí?

-...

-Chama logo a velha!!! (eu falo isso de um geitinho carinhoso...)

Quando a mãe chega e vê o ferimento ela quase morre de medo. A minha mãe é meio que nervosa e ela não sabe fazer nada quando está nervosa. E naquela hora deu de ver estampado nos olhos dela que ela estava nervosa e não tinha a menor ideia do que fazer. Tive a ligeira impressão que ela achava que eu ia morrer... pude ver em suas pupilas ela imaginando um bom dia para fazer uma novena em nome de Fábio Ferreira...

Ela olhou o ferimento, deu uma limpada no sangue e teve a ideia de gênio de esperar o pai chegar em casa para saber o que fazer... sem comentários...

E ainda tem mais! Ela pegou um pano de prato e enrolou em cima do ferimento para não sair mais sangue... E ele era 100% algodão!!! Ou seja, o mardito pano de prato parecia um morcego sanguesuga chupando o pouco sangue que eu ainda tinha!

Depois de uma hora!!! (ela não quis ligar para ele porque ele é cardiaco e preferiu esperar ele, "até porque ele já deve estar saindo do trabalho né?!" [palavras dela]). Depois de uma hora ele chega em casa e a mãe conta o que aconteceu.

Ele chega no quarto e vê o filho moribundo e uma enorme mancha de sangue em cima do lençol na altura do joelho direito (esse lençol também era 100% algodão e chupava o exesso de sangue que ficava no pano de prato [caso vocês estejam se perguntando o porquê de eu estar debaixo de um lençol deitado na minha cama, a resposta é simples: eu estava começando a ficar com frio!!!]).

Meu pai também é sangue frio e olhou para minha mãe e disse:

-Porque é que tu não levou o menino pro hospital?

-...

Eu prevendo uma boa discursão entre os dois onde o pai fazia boas perguntas e a mãe respondia com besteiras, ou não respondia ou começava a chorar eu tive de me entrometer:

-Gente, não é por nada não, mas será que alguém pode por favor dar um jeito nesse joelho?!

O pai me levou pro hospital geral (tradução: hospital geral = pronto atendimento = chega toda hora diversos tipos de pessoas mutiladas e com sérios problemas = só tem medico que sabe agir rápido e com eficiência = um bando de açougueiros sem coração!!!).

Lá tinha uma fila enorme de gente com dedo quebrado, tossindo, com febre, amarelo, verde, azul, delirando e por aí vai. Quando eu cheguei lá o medico estava tirando uma bala dessas armas de chumbinho por ar comprimido que foi atravessar a coxa dela e se alojar lá dentro. Ela gritava tão alto que botava medo até em um dobberman!!!

Eu olhei do tamanho da fila e comentei:

-Poxa pai! Com uma fila dessas vai demorar muito para eu ser atendido (primeira vez em hospital...)

-Hum, você é muito novo meu filho. Tem muito a aprender. Vem comigo...

Ele me levou até o atendente e perguntou:

-Quanto tempo demora se esperar nessa fila aí?

-Umas duas horas, talvez quatro.

-E se o caso for sério!

-Olha, aí dentro tem uma menina com uma bala de cumbo na perna, na fila tem um cara que quebrou os dedos num acidente, outro levou um tiro e ainda tem um acidente de trânsito!

-Mostra a perna filho!

Eu tirei o pano de prato de cima e mostrei pro atendente:

-Jesus, Maria e José? Atacaram esse menino com uma serra? Credo!!! Ei Carla prepara a emergência, rápido! E ele ainda tá andando?! (não eu vim flutuando com o poder da mente) E o que é isso? UM PANO DE PRATO!

-É... a mãe dele colocou isso aí...

Eu fui o primeiro a ser atendido...

Eles me levaram e me colocaram numa maca e botaram uma bandeija de metal embaixo do meu joelho.

O médico chegou e viu a tragedia do meu joelho e fez as perguntas de praxe. Mandou chamar um tal de Carlão, o enfermeiro...

Depois de uns cinco minutos aparece um moreno alto, de uns 1,85m de altura e forte feito um touro!

O médico junta um monte equipamento e prepara uma injeção enorme... eu me perguntei para que ele queria uma injeção daquele tamanho para injetar no meu braço se o problema era no joelho.

A pergunta foi dolorosamente respondida quando ele enfia essa agulha enorme no meu joelho... Cara eu gritei feito uma mocinha...

O tal do Carlão segurou o meu joelho com tanta força que eu tinha quase certeza que ele estava quebrando...

O ruim é que a carne do joelho era dura de mais, ou era isso ou ele tava enfiando aquela agulha direto no osso. Na verdade naquela hora eu tinha era certesa de que ele tava enfiando no osso mesmo.

Ele viu que não tava dando certo e pegou uma agulha maior e mais grossa ainda. E essa sim doeu!!! Parecia que estavam enfiando a ponta de uma lança em cima do joelho. Eu gritei tanto que eu estava ficando ao mesmo tempo surdo e rouco.

Eu agora para facilitar a dor e ter um pouquinho de vingança comecei a apertar o braço do Carlão para ver se aliviava a dor. E o médico tava começando a ter veias pulando no pescoço dele demonstrando que ele estava empunhando mais força do que o normal para ver se entrava a agulha.

Mais de uma vez eu vi a agulha entrar alguns milimetros e encostar no osso e ver o líquido transbordando da carne para fora. Tinha muito pouca carne ali e a agulha fadadamente entrava um pouco no osso.

Depois de umas 15 agulhadas dessas o medico começou a costurar o ferimento. Eu dei graças a Deus e o Carlão também.

-Doutor já posso soltar o joelho dele?

-Pode sim!

-Ainda bem porque o meu braço já tava ficando dormente de tanto por força. (cretino!)

Eu achei que ia me estrepar legal quando vi aquela agulha. Uma agulha para mim era reta, a que ele trazia era curvada, como se ela já tivesse entrado em tanta carne naquele dia que já não mais conseguia ficar reta...

"Será que ele pelo menos lavou essa coisa?!"

Vocês não tem a menor ideia de o quão grato eu fiquei quando percebi que a agulha não causava dor nenhuma. Na verdade eu não senti nada quando ele estava costurando...

-Doutor, me responde uma coisa. Isso que você injetou no meu joelho é o que? É para não inflamar?

-Não, isso foi uma anestesia...

Nessa hora eu soltei a franga...

-ANESTESIA!! CÊ COMPROU O DIPLOMA? VOCÊ SEQUER TEM UM? VOCÊ ME FURA COMO SE EU FOSSE UMA ALMOFADA DE ALFINETES E CADA AGULHADA DESSA FOI A DOR MAIS ESCRUCIANTE QUE EU SENTI NA MINHA VIDA!!! NUM DAVA DE POR NA VEIA NÃO?!

-Não dava não porque anestesia só pode ser local e ...

-E PRA QUE ESSA ANESTESIA? EU NÃO TAVA SENTINDO NADA ATÉ VOCÊ ENFIAR ESSA PORR# AÍ!

-Pode até ser, mas quando eu começasse a costurar...

-E TÚ NÃO ESTUDOU MATEMATICA NÃO? TÚ ME DEU 15 AGULHADAS E ME FEZ UM CURATIVO COM 10 PONTOS! EU LEVEI 5 AGULHADAS A MAIS DO QUE PONTOS! EU ACHO IMPOSSIVEL UM PONTO NA PELE DOER MAIS DO QUE UMA AGULHADA NO OSSO. OU SEJA, SEM ANESTESIA PODIA ATÉ DOER MAS EU AINDA CONTINUAVA NO LUCRO!!!

Eu saí daquele hospital muito puto da vida. Jurei para mim mesmo me tornar um médico para poder encontrar pessoas com a situação parecida com a minha só para dar a oportunidade de perguntar para elas:

-Você quer com ou sem anestesia?"

Tijolos

Nova parte do tópico.

"Eu já passei por muitas peripecias com uma bicicleta. Na verdade a rua lá de casa é uma açougueira.

Antes de começar minha historia de hoje eu preciso explicar como foi formada a minha rua desde os seus primordios.

Eu moro em Macapá-AP (não, eu não moro em uma oca e meu pai não é pajé... eu também não sei usar arco e flexa [embora eu goste do esporte]) e a rua onde eu moro fica na zona norte da cidade.

Essa zona está sempre em expanção. Quando eu cheguei aqui a rua ainda não era asfaltada, o asfalto só veio para minha rua uns cinco anos depois. E ainda por cima aquele prefeito )#(*)(&*@¨#*!@&#)!@(#*!@)#(*!&@)#(*&@)(#*&!)#(*&$)!&*¨#)&$¨)@*(&%_)(*@¨&$)!(@*#¨@_($*¨@!)$@*(&#)!(@*&# me colocou um asfalto vagabundo!

Ou seja, em menos de 3 anos a rua estava uma lastima. Partes da rua estavam inteiramente sem asfalto e havia uns pequenos pontos onde o asfalto ainda era presente. Normalmente se vê buracos no asfalto. Na minha rua você vê pedaços de asfalto na terra.

O solo da minha rua (vixe, passei para geologia agora, mas é importante ressaltar isso) é feito de uma terra vermelha bastante dura (mesmo com uma pá tú não consegue cava-la) e está cheia de pedrinhas pequenas e pontiagudas. Essas pedras se assemelham bastante com as pedras de sal grosso, mas elas variam do vermelho para o roxo.

Na minha rua quase não passa carro (os únicos carros que passam lá é das pessoas que moram nessa rua) e por isso dá de se notar que é nessa rua que eu passei minha infância e é nesse tipo de rua que vaaaaaaaarios acidentes já foram registrados.

Nessa rua jogavamos de tudo: futebol, volei, 5 cortes (calma que não é nenhum tipo de briga de faca... é um jogo parecido com volei onde não existe rede e as pessoas se agrupam em um círculo. Daí elas vão tocando a bola de volei e quando der quatro toques a pessoa que vai dar o quito preciso cortar a bola e acertar alguém do grupo. Se acertar esse cara saí e começa tudo de novo), canudinho (essa é muito boa), queimada (ou dodgeball) e vários outros.

Certa vez estavamos brincando de bandeirinha (esse jogo consiste em criar dois campos identicos [parecidos com o campo de futebol] e na ponta de cada campo colocar uma bandeira [nós usavámos um galho de árvore] e cria-se dois times. O objetivo de cada time é apanhar a bandeira adversária primeiro e voltar com ela para o campo aliado sem ser tocado pelo inimigo no campo dele [caso contrario você é paralisado e terá de ser desparalizado por um amigo])

Continuando...

Certa vez estávamos jogando bandeirinha em um dia de chuva (é mais emocionante assim...) e o muleke do meu time tinha se espreitado pela calçada de uma casa, se escondido na árvore da casa e corrido a toda velocidade e finalmente pegou a bandeira e veio correndo para o nosso campo.

O problema é que todos tinham visto ele pegar a bandeira e já estavam atras dele. Mas ele era pequeno e rápido e estava se esquivando bem... quando de repente ele vê que não vai dar tempo de chegar a tempo no campo e ele tem aquelas ideias geniais que só as criança pequenas tem...

"eu vou escorregar pela lama que fica do lado da rua (as pedrinhas cortantes só ficam no meio da rua e existe um vão entre a rua e as calçadas por onde a água passa que é cheio de lama) e ninguém vai me pegar..."

Nisso ele se joga na lama com toda a vontade e não consegue escorregar nem meio metro. Na verdade ele não escorregou nem a metade da metade de um metro. O que foi muito estranho porque essa lama é catita para dar um escorregão em um desavisado.

Ninguém pensou nisso na hora e os inimigos foram lá e pegaram ele (no caso ele tinha que ficar deitado na lama mesmo). E na hora estava chuvendo muito mesmo...

Quando todo mundo está preparando novas taticas e alguns estavam levando a bandeira para o lugar dela eis que o garoto se levanta e começa a andar...

-Ei agente te pegou e tú tem que ficar lá!!

Ele não falou nada, mas ele parecia estranho... era muito forte mesmo essa chuva porque tinha trovões e tudo mais... todos foram para perto dele ver o que tava acontecendo quando todo mundo viu o peito dele em carne viva...

Fomos olhar lá no lugar onde ele caiu e tava cheio de caco de tijolo... CARA a dona da casa tava fazendo uma construção na casa dela (acho que estava reformando o banheiro) e ela tinha varrido os cacos de tijolo para fora da casa dela e tinha feito um montinho na calçada. Justamente onde o infeliz tinha se jogado.

Na hora todo mundo pensou que ele já tava morto (o mais velho da turma tinha uns 10 anos na época), mas depois todo mundo tira sarro dele.

-Cara como é que tu se joga justamene em cima de uma ruma de tijolos quebrados? Tipo essa rua tem uns 300m de estenção e os campos tinha uns 20m cada e tu se joga justamente nos 50cm que tinha tijolo!!!

-Vá se lascar cara! A mãe ainda passou metiolate em cima!

-Mas tu é azarado mesmo...

Até hoje ele ri dessa historia. Lá na minha rua todo mundo gosta de fazer piada da desgraça dos outros e ninguém se incomoda com isso..."

Chateação II

Continuando o tópico sobre chateação.

"Oi neologico,
Fico feliz de poder ter te contando parte da minha vida e que esta parte tenha se identificado com você.

E eu gostaria de ressaltar que esse tópico realmente tem o objetivo de fazerem as pessoas rirem das desgraças dos outros. Eu concordo com você, rir das desgraças dos outros é errado.

No fundo eu criei esse tópico não para rir de outras pessoas menos afortunadas. Eu quiz mostrar a muitas pessoas que podemos rir de nossas própias desgraças.

Rir de nós mesmos nós faz pessoas melhores. Veja bem, quando caímos, quebramos um osso, somos humilhados em publico, temos uma separação amorosa díficil sempre sofremos bastante e esse sofrimento pode demorar muito para acabar. Na verdade, algumas vezes pode ser necessário a intervenção de um psicologo.

Mas se aprendermos que podemos superar essas dores mais facilmente se começarmos a ver o lado bom dela (ou o lado engraçado) poderemos ser pessoas mais felizes e viver em um mundo melhor.

O pensamento geral séria "é fácil falar, você não passou pelo o que eu passei", "mais que cara ridiculo. isso é a maior besteira que eu já ouvi na vida (na verdade pode ser a maior besteira que você já LEU na vida, hahahahaha)". E é por isso que eu cirei o tópico.

Eu já passei basicamente por TUDO. E já superei isso tudo aliado ao bom humor. Eu sei que tem pessoas que já tiveram causos piores que os meus. Mas eu quero conseguir toca-las por dentro e fazê-las perceberem que é possivel superar qualquer coisa.

Uma vez uma amiga minha me perguntou:

-Poxa fabio, depois disso tudo você nunca pensou em suícidio?

-Porque?

-Eu vejo tanta gente que se suicida porque não tem uma vida feliz na escola assim como você. Esses caras da tua infância te amolavam e você realmente nunca quis o mal para eles ou pensou em se suicidar?

-Olha... a biblia diz que é pecado e que você vai para o inferno.

-E tu acredita no que a biblia fala?

-Para mim não é uma questão de acreditar ou não. A biblia pode ser a maior mentira inventada pelo homem, mas eu acredito nas lições que ela passa. Eu não sei se vou para o inferno se eu me matar ou se ao menos o inferno existe. Mas eu sei que estar vivo é a melhor coisa que existe. Você não sabe se vai realmente existir um céu, ou se você vai renascer em uma outra vida. Você só tem certeza de que está vivo e que ela pode acabar amanhã devido a um acidente de carro.

-Sei...

-Nisso você pode ser morto a qualquer momento. Mesmo agora enquanto nós conversamos o Sol pode passar por uma anomalia e enviar para a Terra uma radiação estranha e essa radiação pode simplesmente atravessar o meu crânio e me matar agora mesmo sem você sequer saber o porque.

-...

-Se eu só tenho esse pouco tempo de vida normal (uns 80 anos para mim já está bom, mas eu quero passar dos 100) e esse pouco tempo ainda pode se acabar de um dia para outro eu acredito que devemos aproveita-lo e não encurta-lo.

-Só que existem vezes em que é tão sofrido viver...

-Olha, a vida é sofrida na maioria das vezes quando queremos. Se você não é feliz na escola então é só você falar com os seus pais e mudar para outra. Eu escolhi ficar e lutar da minha maneira.

-É.. você falando desse jeito eu até que acredito. Mas e quanto aquelas pessoas que tem câncer e estão quase morrendo e sofrem todos os dias.

-Tenho dois exemplos para ti. Um é de um comediante que tinha câncer na fase terminal (se eu me lembro bem). Ele no primeiro dia de quimioterapia viu que todos eram tristes e desacreditados. Ele sabia que isso só piorava a situação e resolvel mudar isso. Nesse dia ele contou várias piadas e conseguiu fazer todos rirem e a quimioterapia passou e ninguém percebeu.

Nos dias seguintes ele sempre trazia fita de piadas para alegrar a todos e isso resolvia. Ele certa vez falou para o médico dele que se continuasse assim ele tiraria todos eles dali (os pacientes). E ele se curou (eu acho). Essa historia está em uma das edições da revista Reader Digest.

O segundo exemplo eu contei para ela, mas é mais emocionante ver o e-mail. Se quizerem saber qual é então deixem o e-mail de vocês que eu passo para vocês depois.

Ela refletiu durante um tempo e me disse:

-Então depois disso tudo você nunca pensou em suicidio e ...

-Mas eu já pensei em suicidio sim!

-... .... .... Então para quê esse papo todo?

-Olha, eu já pensei em suicidio porque via que várias pessoas optavam por ele. Então eu pensei que elas eram covardes que não quiseram lutar. Refleti e vi que tinham pessoas no mundo que não sabem lutar e eu não poderia condena-las por isso. Mas aí eu pensei em todas as tecnicas utilizadas em suícidios (enforcamentos, cortar os pulsos e outras) e vi que eram dolorosas e desesperadoras.

Vi que para alguém preferir passar por esse tipo de dor a não querer mais viver então ela realmente sofre, mas isso não é motivo para se matar. Essas pessoas são pessoas tristes que não tem nenhum amigo e por isso não veem as diversas saídas que existem.

Certo dia eu estava pensando "se eu me suicidasse, que metodo eu utilizaria...".

Enforcamento? Não, imagina se a corda é fraca e quebra. E eu sou baixinho, como eu vou amarrar a corda em um lugar mais alto que eu? E se eu amarrasse em uma árvore? Eu posso escalar a árvore e... não eu posso cair lá de cima e morrer...

peraí... e morrer não é o objetivo?

... não só que se eu morrer caíndo da árvore isso é acidente e não suicidio!

mas no fim não é a mesma coisa?

É claro que não! Se for por acidente então eu sou tão incompetente que não consegui nem acabar com a própia vida.

É nesse ponto você está certo... mas pelo menos vamos pro céu.

Como assim?

Suicidio é pecado, mas morrer por acidente não é pecado.

Só que quando chegarmos lá em cima o São Pedro vai dizer que a intenção é que vale.

Mas peraí, agente bate um papo com ele e pede para ele quebrar o nosso galho.

É isso memo (voz sacarstica)... deixa de ser imbecil! E se ele não quebrar o nosso galho, agente faz o que? Pede para falar com a gerência?! Isso foi ridiculo!

Não... espera... isso é genial!!

Agora eu é que não entendi!

Veja bem, a gerência seria Jesus Cristo. E ele é misericordioso. Quando ele ver o nosso caso ele vai quebrar o nosso galho.

Quem quebra galho é macaco gordo. E a gerência é o Jeová. Ele é o pai de Jesus Cristo.

Não é não!

Mas tá na biblia!

Não, eu sei que ele é o pai de Jesus. Mas ele não é a gerência. Ele é o dono.

Putz agora tu viajou! Como é que ele pode ser o dono!

Oras, se ele não é dono então quem é?

..................... Pensando bem tú pode tá certo. Mas se ele é o dono e o filho é o gerente então isso é NEPOTISMO (colocar parentes em cargo de confiança).

Não é não. Jesus pode ter ganho o cargo por merito própio.

MERITO PRÓPIO?! O cara tirou umas férias de uns 40 anos aqui na terra e mandou um bocado de pecadores pro céu!!

Mas eles se arrependeram dos pecados!!

Certo, e quanto aquele papo de se desfazer de riquesas materiais?!

......... Vai saber... vai ver é só papo furado da igreja. Na minha opinião basta fazer caridade!

Se for assim me dá o teu dinheiro e faz uma caridade para mim!

... num sei se tu sabe... mas... somos a mesma pessoa!

Eu sei... mas teria graça se fossemos duas pessoas diferentes!

Peraí... como pode um cerebro pensar como duas pessoas ao invés de uma! Será que somo esquisofrênicos (não sei como se escreve)?

É claro que não!

Então? Como isso funciona?

Já vi que tu é novo na área! Olha é o seguinte, se eu, no caso nós, pensasse como uma pessoa normal eu teria apenas uma voz mental, como todo mundo. Mas daí eu não teria uma reflexão completa sobre um assunto.

Como assim?

É como uma moeda. Veja (eu [no caso o meu eu mental {no caso até agora o papo era apenas oral, a partir de agora eu tive que criar uma imagem de mim mesmo em dupla, um de frente para o outro para explicar a mim mesmo como eu costumo pensar {mesmo eu sabendo como funciona eu gostei de explicar a mim mesmo porque deu de passar um bom tempo e eu achei necessário na hora}}] pego uma moeda do bolso e mostro para mim mesmo apenas um lado), quanto essa moeda vale?

Eu não sei...

Porque?

Porque você só está me mostrando um lado. E é o lado da cara. E acima de tudo é uma moeda estrangeira!!

Eu sei. Agora veja essa outra moeda. Quanto vale?

50.

50 o que?

50 centavos.

50 centavos de que? Euro, real, libra esterlina, dolar?

Eu não sei, você só me mostrou um lado da moeda. O lado da coroa!!

Isso mesmo. E o que você tira disso?

Que só podemos saber quanto realmente vale uma moeda vendo os dois lados dela!

EXATAMENTE!! Normalmente as pessoas ignorantes só veem um lado da moeda. O LADO DELAS. E julgam todos pela sua objetiva.

Como assim?

Tipo, se alguém disse para uma mulher que o cabelo dela está horrivel ela vai logo pensar que essa pessoa é uma falsa, julgava ser amiga dela mas só era uma duas caras. Só que se ela tentasse ver o outro lado da moeda ( o lado da pessoa que falou do cabelo dela) ela (a mulher) poderia ter chegado a conclusão de que essa pessoa só queria o bem dela e por isso lhe deu sua opinião sincera, opinião que todos os amigos dessa mulher concordão só que não querem magoar a mulher e por isso mentem.

Entendo...

As pessoas justas veem os dois lados da moeda para ter um julgamento imparcial.

Legal, então é por isso que temos que dividir a nossa mente em várias partes e personalidades para podermos ter um julgamento justo sobre qualquer assunto!!

Exatamente. Porém, ainda falta uma coisa.

O que?

Falar das pessoas sabias.

Pessoas sabias?!

Isso, essas pessoas sabem que a moeda tem três lados!

hahahahaha, mas tu é burro mesmo. Moeda só tem três lados.

Não, não tem. A moeda tem três lados. A cara, a coroa e o lado da moeda que fica entre esses dois.

???

Veja essa moeda de 50 centavos de real. Perceba que na borda dela está escrito uma frase.

É mesmo!!! Eu nunca tinha visto isso.

Como você pode ver as pessoas sabias veem além do que as pessoas justas conseguem ver. E por isso podem ser mal entendidas e julgadas erroneamete.

Compreendo. Mas se for assim, tudo o que uma pessoa tem de fazer é criar três perspectivas diferentes. E com 100% de certeza terá um julgamento justo!

Errado novamente. Existem casos que podem ser comparados com as moedas que tem três lados, mas existem casos que são mais complicados e podem ser comparados com os dados.

Então é só criarmos seis perspectivas e usarmos três nos casos das moedas.

Existem dados que tem até 100 lados.

... entendo. Então qual é a solução!

Aí é que chegamos a um ponto crucial. Existem casos em que precisaríamos criar centenas de perpectivas para resolver-los. E ainda existe o fato de apesar de criarmos várias perpectivas ainda pode haver brechas nos nossos pensamentos.

Como assim brechas?

Existem situações em que não pensaríamos, mas que outras pessoas podem pensar.

Quer dizer que no fim existem casos em que só com muita discursão com outras pessoas e muita reflexão poderíamos chegar a uma solução justa?!

Sim, assim como também existem casos que mesmo se toda a humanidade pensar junta ainda não teriamos uma solução justa.

Sei... agora me veio uma dúvida?

Qual?

Sobre o que é que estavamos conversando antes de filosofar sobre toda a existência das dúvidas que recorrem a minha mente?

Não faço a minima ideia...

Ter memoria curta é um sac#!

Podes crer..."

Chateação

Olá a todos,

Mais uma parte dos tópicos.

"É realmente chato ser alvo de brincadeiras de mal gosto. Quando pequeno eu era baixinho, gordo, de oculos, timido, era o mais inteligente da sala (o que fazia os outros acharem que eu me sentia superior a eles [embora eu nunca soubesse o porque]), não tinha nenhum amigo, era perseguido psicologicamente com brincadeiras. Isso desde a primeira série.

Entretanto aos 10 anos eu ajudava o meu pai no trabalho dele nos períodos de férias. Ele trabalha em um supermercado e eu ajudava a por as compras em sacolas. De tanto fazer isso eu fiquei muito forte para minha idade (na queda de braço eu só perdia para uma pessoa na minha sala e ele era meio metro mais alto do que eu e ainda gerava uma boa disputa). Eu carregava mais de 70kg quando eu pesava menos de 50kg.

Você deve pensar que eles começaram a me respeitar e me temer. Sinto em dizer que você está enganado. Eu podia rachar a cabeça de qualquer um (exeto o cara que era meio metro mais alto do que eu. Cara! Ele era realmente grande, ainda bem que era gente fina...), mas eu nunca me exedi.

Eu nunca quiz retribuir aos meus perseguidores nem um pouquinho da dor psicologica que eles me causavam. Nem mesmo transformar essa minha dor em dor física neles. Isso porque desde pequeno eu sempre soube o quanto isso doía. E não deseja esse tipo de dor para ninguém.

Eu já chorei muito na minha infância. Chorei mesmo e não nego. Sempre na escola. E somente por causa dessas dores psicologicas. Eu não chorei quando esfolei os meus dedos, não chorei quando cai de uma árvore de mais de 8 metros de altura, não chorei quando quase decepei o meu dedinho, não chorei quando estirei os tendões do joelho, não chorei quando o ortopedista disse que eu ia ficar manco e nunca mais correria, pularia ou faria esportes. Só chorava com as dores psicologicas.

Eu não queria retalia-los (eu disse retalia-los e não retalha-los). Eu nunca quiz vingança. Eu nunca me exedi e os agredi por causa dos meus sentimentos. Eu já os odiei, mas sempre soube que era errado.

Eu só me exedi uma vez...

Eu sempre era perseguido pela maioria das vezes por um cara baixinho da minha sala (ele era menor que eu, vê se pode?). Eu estava realmente de mal humor naquele dia...

Naquele dia ele fez uma piadinha sobre mim, era hora do recreio. Alguns estavam na sala e outros estavam fora dela comendo. Eu pensei naquele momento que se todos podiam reagir a insultos, se defender dessas brincadeiras e obter vingança, então porque eu não poderia ter vingança também?! Dizem que é um prato que se come frio, mas eu sempre gostei de sorvete!

Eu me levantei naquele mesmo momento, sem um pingo de medo (eu nunca os temi), eu o peguei pela gola da camisa e comecei a andar na direção da parede. Ele era empurrado para o fundo da sala e ficou estremamente surpreso.

Ele dava olhadelas rápidas para a parede no fundo da sala, olhadelas rápidas, como quem pensa no que vai acontecer quando ele chegar lá. Eu o encostei na parede com um baque surdo das costas dele batendo nela, mesmo eu tendo desacelerado o passo quando cheguei na parede eu ainda bati com ele na parede um pouco forte.

Eu, que até o momento só segurava uma das golas da camisa dele, passei a segura a outra gola com a mão esquerda. Não tive dificuldades de tira-lo do chão (ele pesava uns 40kg e isso eu conseguia carregar sem a mão esquerda).

Até hoje me lembro das palavras exatas que saíram da minha boca:

-É incrivel como alguém consegue fazer piadas sobre uma pessoa que é maior do que você e não tem dificuldade nenhuma em te quebrar como se fosse um graveto. Eu não sei se eu vou me controlar na próxima vez, então ME DEIXA EM PAZ KRA$&¨% !!!

Eu normalmente não me arrependo das coisas que fiz, mas no momento em que eu terminei a frase eu já estava arrependido. Eu vi nos olhos dele o mais puro medo...

Era como se ele achasse que eu não sofria com essas brincadeiras, era como se ele achasse que eu até gostasse de passar por isso. Porque eu vi nos olhos dele, estampada em letras borradas e distorcidas pelo medo que ele estava sentindo:

"Mas.. mas... eu só contei uma piadinha.."

Eu o larguei e percebi que todos estavam me olhando. Com caras que misturavam o espanto, a preocupação e o medo.

"Eles viam o quanto eu sofria, então porque estão achando estranho a minha atitude? Será que não tenho o direito de me vingar?"

Depois disso a minha mente turva quando tento lembrar do que eu fiz depois. Não sei se eu saí da sala e matei o resto da aula ou se eu fiquei lá, sentado na primeira cadeira da fileira do meio. Cadeira esta em que eu sento desde a primeira série. Todos sentam em lugares diferentes quando muda de ano, menos eu. Eu sempre sentei lá.

Eu devia estar tão atento na minha reflexão que não percebi mais nada do que aconteceu naquele dia.

Eu pensava que se alguém ofendia alguém, então ele merecia ser tratado da mesma maneira como ele trata os outros, com ofenças. Mas se isso parece ser tão obvio assim, então porque eu achava lá no fundo que isso estava errado? Não fazia sentido.

Eu entendia perfeitamente o ditado "a vingança é um prato que se come frio", mas não conseguia explicar. Eu me sentia tão mão, não foi tão prazeiroso quanto eu pensava que ia ser. Era como se eu sentisse um gosto amargo na boca. Por mim eu mudaria o ditado para "a vingança é um prato amargo, é ruim de mais, porém as pessoas o comem porque ele tem um bom cheiro e uma boa aparência"...

Eu estava confuso...

Demorei muito para entender aquele sentimento de culpa, mas acabei entendendo. É como assassinato.

Toda vez que um criminoso mata alguém ele cria uma repercursão dos seus atos. Ou seja, em algum lugar do mundo uma pessoa vai dizer "ele merecia morrer, esse assassino!!". Então essa pessoa acaba de criar uma lei no julgamento dela.

"Todo mundo que mata intensionalmente merece morrer".

Mas, de acordo com essa lei quando a pessoa que a criou julgar o assassino e o condenar a morte, então esse juiz (que no caso é a mesma pessoa que disse "ele merecia morrer") é um assassino porque quis a morte intencionalmente de outra pessoa, mesmo que essa seja um assassino. E fadadamente ela também merecia morrer.

Finalmente percebi que agir como aquele cara não me tornava melhor que ele. Na verdade, no momento em que eu utilizei de violência eu era pior que ele.

Então eu percebi que eu nunca fiz nada contra eles porque no fundo eu sempre soube que não precisava fazer isso. Não precisava pedir ajuda a ninguém. Não precisava encher a cabeça dos meus pais com isso dando para eles mais problemas. Sempre sobrevivi sem amigos que me protegessem. Eu percebi que eu consegui fazer isso tudo porque eu era uma pessoa forte. Forte de espirito, alma e corpo.

Eu sofria aquilo tudo sem pedir ajuda porque eu era forte. Teria sido mais simples se eu tivesse conversado com os meus pais, mas eu não queria dar problemas para eles e resolvi resistir porque no fundo eu chorava e sofria mas era forte o suficiente para superar isso.

Não me arrependo nem um pouco da infância que tive. Mesmo na escola, sem amigos e sendo chateado todos os dias eu consegui ser feliz. Eu adorava estudar. Conheci o prazer de ler. Devorei toda a biblioteca da escola de livros infanto-juvenis. E hoje estou aqui no forum.

Depois de um tempo descobri que o baixinho era filho de pais divorciados. Ele vivia com a mãe e a irmã dele vivia com o pai. Eu sabia que isso era uma barra para ser enfrentada. E entendi no fim o porque de ele me chatear tanto. No fundo ele queria mostrar que era forte, mais forte que outra pessoa. E para isso abusava de alguém que parecia ser mais fraco (eu) para parecer mais forte para os seus amigos (também da minha classe). No fundo o fraco era ele...

Depois de um tempo ele começou a fazer todas aquelas brincadeiras de mal gosto de novo. Vendo que eu não mais reagia. Mas não tinha problema, depois que eu finalmente entendi a mente daquele que me atormentava eu percebi que era fácil derrota-lo.

Uma piada não tem graça se ninguém ri. Então não tem a minima graça fazer piadas e brincadeiras com alguém que não se importa de ser alvo delas. Quando ele me fazia essas piadas eu não queria demonstrar que eu ficava chateado. Mas acabava mostrando. E isso estimula as pessoas a continuarem a fazer esse tipo de piadas.

Depois desse dia eu passei a me importar menos com problemas pequenos que eu considerava grandes. Esses tipos de piadas passaram a não me incomodar mais (por mais que muito ofensivas). E isso tirou a graça de faze-las comigo.

Eu meio que perdi a graça de ser debochado pelos outros.

Depois disso (uns dois anos mais tarde) entrou na minha sala um aluno novo. Ele era inteligente, mas parecia tímido (como toda pessoa que muda de uma escola para outra. Eu também mudei de escola. Eu tinha feito parte da primeira série em outro estado e nessa outra escola eu era muito popular).

No primeiro dia eu logo percebi que ele ia ser o novo esculachado da turma. E não demorou muito para nos tornarmos amigos. E com a convivênvia ele aprendeu também a não dar importância as brincadeiras de mal gosto e passar a encara-las com bom humor (você pode rir quando você é a piada, é bem melhor do quer ficar com raiva porque isso estimula novas piadas sobre você).

No fim de tudo eu até virei um bom amigo do baixinho enche sac#. Ele não era má pessoa. Só não percebia o quanto as piadas deles me machucavam.

O conselho que eu posso te dar meu bom amigo é que você veja o mundo com outros olhos e procure não dar trela para outras pessoas que querem te magoar. Existem pessoas que realmente sentem prazer em magoar os outros. Existem pessoas que não conseguem suportar esse tipo de coisa. Eu lhe recomendo nesses casos falar com os seus pais e se abri com eles. Eles sempre irão te ajudar.



E aqui eu termino a minha historia de hoje."

Gravida

Aí está outra parte dos post. Novamente tenho que dizer que está na integra.

"lucas.lopes essa do cachorro foi muito boa, embora você tenha posto em risco os seus filhos...

Kmile você me lembrou de uma amiga minha que tinha uns 22 anos e estava tendo o seu primeiro filho.

Eu tava conversando com ela certo dia quando eu perguntei se ela estava nervosa sobre o parto e todo o resto.

-E aí, vai ser na cesariana mesmo?

-Mas é loooooogico! Tá doido! Eu não faço parto normal nunca!

-Mas é mais saudável, você sai do hospital mais cedo, se recupera mais rápido, é menos traumático para o bebê...

-Menos traumático?! Você nunca ouviu falar que o parto é a experiência mais traumática do bebê?! Se for cesariana ele vai é me agradecer!

-HAHAHAHAHAHA! Logo se vê que você é mãe de primeira viagem (eu não sou pai, mas na minha profissão eu preciso saber sobre gravidez)! Pensa comigo, o parto é uma das experiências mais traumáticas porque a criança sai de um lugar que ela considera o lar dela, ela é expulsa de lá porque é empurrada pela própria mãe para fora como quem diz "saí daí pentelho! Te aguentei por nove meses, chega de mordomias".

-Sei, e daí?

-Daí que depois de ser expulsa pela própria mãe o pobrezinho precisa lutar pela sobrevivência e passar por um buraquinho que normalmente não passaria nem o braço dele. E se não rolar uma dilatação boa ele vai ter que fazer isso na marra.

-Credooooo! Isso é pior para mãe e não para o bebê.

-Cê tá louca! As mulheres são 10 vezes mais resistentes a dor par suportar o parto mesmo. Agora pensa na situação da criança, a primeira coisa que passa por lá é a cabeça do infeliz. E essa nem formada tá ainda. Ela tem um buraco enorme no meio chamado de moleira e se tu não tiver uma boa dilatação você pode por um pressão na cabeça frágil dele e pode até dar danos permanentes.

-Meu Deus!

-Mas não se preocupa, eu não acredito que você vá passar por um problema assim...

-E COMO É QUE TU SABE?

-Olha, eu nunca ouvi falar de um pobre coitado que tenha tido o crânio esmagado quando...

-DEIXA PRA LÁ!!! Eu realmente nem quero saber... E depois de tudo isso tu ainda acha que o parto é menos traumático?

-Você não tava ouvindo não? Olha, deixa eu resumir. A criança é:
1- Expulsa de casa
2- Ameaçada de morte
3- Corre sérios riscos de vida
4- Acaba dando uma dor insuportável para mãe
5- Agora pense na segunda opção:

Cesariana: A cesariana na mente de um bebê deve soar como:

-JESUS ME SALVA! Um psicopata abriu a barriga da minha pobre mãesinha na base da faca!! ELE É LOUCO!!! Ele ainda não saciou a sua sede de morte e agora tá me arrancando da barriga dela como se eu fosse um animal. Ô pobresinha... nunca vi tanto sangue. E ela ainda tá com uma cara de dar (por causa da anestesia...). E eu ainda levei uma surra antes de perceber que ele está com a gangue (enfermeiros, anestesista, quem sabe o pai da criança).

Agora ele me deu para a comparsa dele e... e... ELES SÃO SEQUESTRADORES!!! Eles estão me colocando junto com um monte de pobres coitados que estão chorando e pedindo ajuda... Ô DEUS!! SERÁ QUE ELES TAMBÉM PASSARAM PELO O QUE EU PASSEI!!! Buuuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!

No fim do meu relato eu percebo que ela me encara com um misto de "Jesus salve esta alma" e "De onde ele tira essas coisas"...

-O que foi?!

-Isso foi a coisa mais ridícula que eu já ouvi na minha vida inteira...

E vocês acreditam meus leitores que eu não consegui convencê-la a fazer parto normal?!





p.s.: Uns meses depois quando ela estava prestes a ter o bebê (faltavam menos de um mês) ela perguntou para a avó dela, uma senhora com seus 60 anos e muito simpática, sobre a gravidez e o que ela esperava:

-Vovó, como é a dor do parto?

-Vixe, experimenta cagar um coco (fruta)."