Nova parte do tópico.
"Eu já passei por muitas peripecias com uma bicicleta. Na verdade a rua lá de casa é uma açougueira.
Antes de começar minha historia de hoje eu preciso explicar como foi formada a minha rua desde os seus primordios.
Eu moro em Macapá-AP (não, eu não moro em uma oca e meu pai não é pajé... eu também não sei usar arco e flexa [embora eu goste do esporte]) e a rua onde eu moro fica na zona norte da cidade.
Essa zona está sempre em expanção. Quando eu cheguei aqui a rua ainda não era asfaltada, o asfalto só veio para minha rua uns cinco anos depois. E ainda por cima aquele prefeito )#(*)(&*@¨#*!@&#)!@(#*!@)#(*!&@)#(*&@)(#*&!)#(*&$)!&*¨#)&$¨)@*(&%_)(*@¨&$)!(@*#¨@_($*¨@!)$@*(&#)!(@*&# me colocou um asfalto vagabundo!
Ou seja, em menos de 3 anos a rua estava uma lastima. Partes da rua estavam inteiramente sem asfalto e havia uns pequenos pontos onde o asfalto ainda era presente. Normalmente se vê buracos no asfalto. Na minha rua você vê pedaços de asfalto na terra.
O solo da minha rua (vixe, passei para geologia agora, mas é importante ressaltar isso) é feito de uma terra vermelha bastante dura (mesmo com uma pá tú não consegue cava-la) e está cheia de pedrinhas pequenas e pontiagudas. Essas pedras se assemelham bastante com as pedras de sal grosso, mas elas variam do vermelho para o roxo.
Na minha rua quase não passa carro (os únicos carros que passam lá é das pessoas que moram nessa rua) e por isso dá de se notar que é nessa rua que eu passei minha infância e é nesse tipo de rua que vaaaaaaaarios acidentes já foram registrados.
Nessa rua jogavamos de tudo: futebol, volei, 5 cortes (calma que não é nenhum tipo de briga de faca... é um jogo parecido com volei onde não existe rede e as pessoas se agrupam em um círculo. Daí elas vão tocando a bola de volei e quando der quatro toques a pessoa que vai dar o quito preciso cortar a bola e acertar alguém do grupo. Se acertar esse cara saí e começa tudo de novo), canudinho (essa é muito boa), queimada (ou dodgeball) e vários outros.
Certa vez estavamos brincando de bandeirinha (esse jogo consiste em criar dois campos identicos [parecidos com o campo de futebol] e na ponta de cada campo colocar uma bandeira [nós usavámos um galho de árvore] e cria-se dois times. O objetivo de cada time é apanhar a bandeira adversária primeiro e voltar com ela para o campo aliado sem ser tocado pelo inimigo no campo dele [caso contrario você é paralisado e terá de ser desparalizado por um amigo])
Continuando...
Certa vez estávamos jogando bandeirinha em um dia de chuva (é mais emocionante assim...) e o muleke do meu time tinha se espreitado pela calçada de uma casa, se escondido na árvore da casa e corrido a toda velocidade e finalmente pegou a bandeira e veio correndo para o nosso campo.
O problema é que todos tinham visto ele pegar a bandeira e já estavam atras dele. Mas ele era pequeno e rápido e estava se esquivando bem... quando de repente ele vê que não vai dar tempo de chegar a tempo no campo e ele tem aquelas ideias geniais que só as criança pequenas tem...
"eu vou escorregar pela lama que fica do lado da rua (as pedrinhas cortantes só ficam no meio da rua e existe um vão entre a rua e as calçadas por onde a água passa que é cheio de lama) e ninguém vai me pegar..."
Nisso ele se joga na lama com toda a vontade e não consegue escorregar nem meio metro. Na verdade ele não escorregou nem a metade da metade de um metro. O que foi muito estranho porque essa lama é catita para dar um escorregão em um desavisado.
Ninguém pensou nisso na hora e os inimigos foram lá e pegaram ele (no caso ele tinha que ficar deitado na lama mesmo). E na hora estava chuvendo muito mesmo...
Quando todo mundo está preparando novas taticas e alguns estavam levando a bandeira para o lugar dela eis que o garoto se levanta e começa a andar...
-Ei agente te pegou e tú tem que ficar lá!!
Ele não falou nada, mas ele parecia estranho... era muito forte mesmo essa chuva porque tinha trovões e tudo mais... todos foram para perto dele ver o que tava acontecendo quando todo mundo viu o peito dele em carne viva...
Fomos olhar lá no lugar onde ele caiu e tava cheio de caco de tijolo... CARA a dona da casa tava fazendo uma construção na casa dela (acho que estava reformando o banheiro) e ela tinha varrido os cacos de tijolo para fora da casa dela e tinha feito um montinho na calçada. Justamente onde o infeliz tinha se jogado.
Na hora todo mundo pensou que ele já tava morto (o mais velho da turma tinha uns 10 anos na época), mas depois todo mundo tira sarro dele.
-Cara como é que tu se joga justamene em cima de uma ruma de tijolos quebrados? Tipo essa rua tem uns 300m de estenção e os campos tinha uns 20m cada e tu se joga justamente nos 50cm que tinha tijolo!!!
-Vá se lascar cara! A mãe ainda passou metiolate em cima!
-Mas tu é azarado mesmo...
Até hoje ele ri dessa historia. Lá na minha rua todo mundo gosta de fazer piada da desgraça dos outros e ninguém se incomoda com isso..."
"Eu já passei por muitas peripecias com uma bicicleta. Na verdade a rua lá de casa é uma açougueira.
Antes de começar minha historia de hoje eu preciso explicar como foi formada a minha rua desde os seus primordios.
Eu moro em Macapá-AP (não, eu não moro em uma oca e meu pai não é pajé... eu também não sei usar arco e flexa [embora eu goste do esporte]) e a rua onde eu moro fica na zona norte da cidade.
Essa zona está sempre em expanção. Quando eu cheguei aqui a rua ainda não era asfaltada, o asfalto só veio para minha rua uns cinco anos depois. E ainda por cima aquele prefeito )#(*)(&*@¨#*!@&#)!@(#*!@)#(*!&@)#(*&@)(#*&!)#(*&$)!&*¨#)&$¨)@*(&%_)(*@¨&$)!(@*#¨@_($*¨@!)$@*(&#)!(@*&# me colocou um asfalto vagabundo!
Ou seja, em menos de 3 anos a rua estava uma lastima. Partes da rua estavam inteiramente sem asfalto e havia uns pequenos pontos onde o asfalto ainda era presente. Normalmente se vê buracos no asfalto. Na minha rua você vê pedaços de asfalto na terra.
O solo da minha rua (vixe, passei para geologia agora, mas é importante ressaltar isso) é feito de uma terra vermelha bastante dura (mesmo com uma pá tú não consegue cava-la) e está cheia de pedrinhas pequenas e pontiagudas. Essas pedras se assemelham bastante com as pedras de sal grosso, mas elas variam do vermelho para o roxo.
Na minha rua quase não passa carro (os únicos carros que passam lá é das pessoas que moram nessa rua) e por isso dá de se notar que é nessa rua que eu passei minha infância e é nesse tipo de rua que vaaaaaaaarios acidentes já foram registrados.
Nessa rua jogavamos de tudo: futebol, volei, 5 cortes (calma que não é nenhum tipo de briga de faca... é um jogo parecido com volei onde não existe rede e as pessoas se agrupam em um círculo. Daí elas vão tocando a bola de volei e quando der quatro toques a pessoa que vai dar o quito preciso cortar a bola e acertar alguém do grupo. Se acertar esse cara saí e começa tudo de novo), canudinho (essa é muito boa), queimada (ou dodgeball) e vários outros.
Certa vez estavamos brincando de bandeirinha (esse jogo consiste em criar dois campos identicos [parecidos com o campo de futebol] e na ponta de cada campo colocar uma bandeira [nós usavámos um galho de árvore] e cria-se dois times. O objetivo de cada time é apanhar a bandeira adversária primeiro e voltar com ela para o campo aliado sem ser tocado pelo inimigo no campo dele [caso contrario você é paralisado e terá de ser desparalizado por um amigo])
Continuando...
Certa vez estávamos jogando bandeirinha em um dia de chuva (é mais emocionante assim...) e o muleke do meu time tinha se espreitado pela calçada de uma casa, se escondido na árvore da casa e corrido a toda velocidade e finalmente pegou a bandeira e veio correndo para o nosso campo.
O problema é que todos tinham visto ele pegar a bandeira e já estavam atras dele. Mas ele era pequeno e rápido e estava se esquivando bem... quando de repente ele vê que não vai dar tempo de chegar a tempo no campo e ele tem aquelas ideias geniais que só as criança pequenas tem...
"eu vou escorregar pela lama que fica do lado da rua (as pedrinhas cortantes só ficam no meio da rua e existe um vão entre a rua e as calçadas por onde a água passa que é cheio de lama) e ninguém vai me pegar..."
Nisso ele se joga na lama com toda a vontade e não consegue escorregar nem meio metro. Na verdade ele não escorregou nem a metade da metade de um metro. O que foi muito estranho porque essa lama é catita para dar um escorregão em um desavisado.
Ninguém pensou nisso na hora e os inimigos foram lá e pegaram ele (no caso ele tinha que ficar deitado na lama mesmo). E na hora estava chuvendo muito mesmo...
Quando todo mundo está preparando novas taticas e alguns estavam levando a bandeira para o lugar dela eis que o garoto se levanta e começa a andar...
-Ei agente te pegou e tú tem que ficar lá!!
Ele não falou nada, mas ele parecia estranho... era muito forte mesmo essa chuva porque tinha trovões e tudo mais... todos foram para perto dele ver o que tava acontecendo quando todo mundo viu o peito dele em carne viva...
Fomos olhar lá no lugar onde ele caiu e tava cheio de caco de tijolo... CARA a dona da casa tava fazendo uma construção na casa dela (acho que estava reformando o banheiro) e ela tinha varrido os cacos de tijolo para fora da casa dela e tinha feito um montinho na calçada. Justamente onde o infeliz tinha se jogado.
Na hora todo mundo pensou que ele já tava morto (o mais velho da turma tinha uns 10 anos na época), mas depois todo mundo tira sarro dele.
-Cara como é que tu se joga justamene em cima de uma ruma de tijolos quebrados? Tipo essa rua tem uns 300m de estenção e os campos tinha uns 20m cada e tu se joga justamente nos 50cm que tinha tijolo!!!
-Vá se lascar cara! A mãe ainda passou metiolate em cima!
-Mas tu é azarado mesmo...
Até hoje ele ri dessa historia. Lá na minha rua todo mundo gosta de fazer piada da desgraça dos outros e ninguém se incomoda com isso..."
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